Redação Juruá Online
Um episódio de violência marcou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na última terça-feira, 17, quando o médico Michel Aguiar foi agredido por um pai indignado com o atendimento prestado à sua filha. Em uma entrevista, o médico agredido detalhou os acontecimentos que levaram à situação.
O incidente começou quando o Dr. Michel Aguiar estava atendendo a filha do agressor, solicitando exames para avaliar o quadro clínico. O médico explicou que, ao examinar a criança, percebeu que havia uma outra paciente na sala de medicação em trabalho de parto ativo, necessitando de atenção urgente. O médico teve que deixar o pai e a filha esperando.
“No momento em que essa criança chegou na unidade, havia outra paciente que já tinha recebido atendimento de uma médica plantonista na unidade. Ela estava na sala de medicação sentindo muitas dores. Quando fui examiná-la, percebi que ela já estava em trabalho de parto ativo e o bebê já estava coroando”, disse. Michel precisou realizar o parto da mulher dentro da unidade.
Michel Aguiar esclareceu que, diariamente, a UPA enfrenta uma variedade de casos, e ele não se recusou em nenhum momento a prestar atendimento à filha do acompanhante.
A UPA, segundo o médico, não dispõe de todos os recursos para realizar partos ou fornecer assistência adequada às recém-paridas. Dessa forma, foi necessário a transferência da paciente para a maternidade.
Enquanto o médico estava na emergência confeccionando o encaminhamento, a enfermeira se aproximou e informou a situação da filha do agressor. “Solicitei que a enfermeira tomasse determinadas medidas enquanto eu concluía o procedimento em andamento, o qual não podia ser abandonado para atender outro paciente, uma vez que a puérpera demandava um certo grau de urgência para ser encaminhada à maternidade”.
O médico afirma que comunicou à equipe de enfermagem que, assim que concluísse o atendimento da grávida, iria retornar para concluir o atendimento da criança.
Após a conclusão do procedimento de transferência, o pai da criança, que estava esperando com sua filha e também sentindo dores, abordou o médico e questionou sobre a situação. “Expliquei a situação ao pai da outra paciente. Nesse momento, ele proferiu palavras de baixo calão e disse que não queria saber de grávida nenhuma”, relatou o Dr. Michel Aguiar. Ele ressaltou os desafios enfrentados nas unidades de pronto atendimento, destacando a alta demanda e a necessidade de priorização em emergências.
“Tentamos dar o nosso melhor no trabalho. Aí as pessoas não entendem que existe uma demanda muito elevada nas unidades de pronto atendimento, tanto em Cruzeiro do Sul quanto em Rio Branco, e existem outras emergências”, acrescentou o médico.]
Nossa equipe está buscando entrar em contato com o pai da criança, para trazer mais esclarecimentos sobre o seu lado na situação.