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Marketing político e a estratégia de ameaças: a nova cartada de Tião Bocalom?

Matérias amplamente divulgadas na imprensa relatam que o prefeito teria sido alvo de uma ameaça de morte, supostamente vinda de organizações criminosas atuantes no estado.

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A cena política de Rio Branco tem sido marcada por uma estratégia que, embora eficaz, é perigosa: a associação de figuras públicas a eventos dramáticos e perigosos, como ameaças de morte. Esse é o cenário que envolve o atual prefeito reeleito da capital acreana, Tião Bocalom, cuja campanha e trajetória política têm seguido uma linha de extrema-direita, similar à do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.

Embora as eleições municipais tenham terminado em 6 de outubro, as movimentações para 2026 já começaram a aquecer. Nesse contexto, o marketing político de Bocalom parece estar trabalhando para manter o prefeito em evidência. Matérias amplamente divulgadas na imprensa relatam que o prefeito teria sido alvo de uma ameaça de morte, supostamente vinda de organizações criminosas atuantes no estado.

A denúncia foi confirmada pelo coronel Ezequiel Bino, chefe do Gabinete Militar da prefeitura. Segundo Bino, a ameaça teria sido informada pela Polícia Civil, que investiga o caso. A previsão de um possível atentado era para a noite de terça-feira, 15 de outubro. No entanto, o modo como essa ameaça foi divulgada levanta uma série de questionamentos e suspeitas.

A primeira questão que chama a atenção é: por que tornar pública uma ameaça em meio a uma investigação? Ao fazê-lo, não estaria a própria polícia alertando os possíveis criminosos sobre o cerco? Além disso, nenhuma evidência concreta – como mensagens ou áudios – foi divulgada até o momento. Essa falta de transparência torna a denúncia vaga e pouco crível, gerando desconfiança entre a população e analistas políticos.

A suspeita de que essa ameaça seja uma tática de marketing não está isolada. Fontes ligadas a este jornalista garante que, até o momento, não houve qualquer envolvimento de organizações criminosas no caso, e que estão elas prontas para lançar um “salve” desmentindo todo o alarde caso seja pronunciado algumas delas em meios de comunicação.

No cenário político, Tião Bocalom parece estar mirando as eleições de 2026 com grandes ambições. Ele estaria disposto a desestabilizar o nome do senador Alan Rick (UB), seu potencial adversário, enquanto considera uma candidatura ao governo. No entanto, quem observa tudo de forma estratégica é o ex-senador Jorge Viana, que deve se beneficiar de um possível racha na direita acreana.

Com a aproximação das eleições gerais, a disputa política no Acre promete ser acirrada. Enquanto Tião Bocalom usa suas cartas para se manter relevante, o campo político se agita, e as incertezas sobre a veracidade dessas ameaças continuam a dividir opiniões.

O que está por trás dessa narrativa? Seria uma manobra de marketing para fortalecer a imagem de Bocalom como uma figura ameaçada por forças obscuras, ou há de fato algo concreto a ser investigado? A verdade talvez só venha à tona quando o cenário eleitoral de 2026 estiver mais claro e as alianças e rachas tiverem se consolidado. Até lá, o eleitor acreano segue atento ao desenrolar desse teatro político.

Por Willamis França

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