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Mais de 4.000 famílias sofrem com a falta de água em Cruzeiro do Sul

Atualmente, o plano de contingência está em vigor, e as autoridades locais se mobilizam para assegurar que medidas efetivas sejam implementadas para atender à população afetada e restaurar o acesso à água.

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Redação Juruá Online

Cruzeiro do Sul enfrenta uma grave crise de abastecimento de água, afetando mais de 4.000 famílias na região. Seis meses após uma situação de emergência causada pela cheia do Rio Juruá, que afetou a segunda maior cidade do Acre, o cenário agora é de seca extrema, levando diversas comunidades a enfrentar sérias dificuldades no acesso à água potável.

Em março deste ano, as águas do Juruá inundaram áreas da cidade, complicando o transporte de passageiros e mercadorias para os municípios isolados de Marechal Taumaturgo e Porto Walter, além de agravar a situação em Cruzeiro do Sul. Atualmente, a seca severa atinge 22 municípios acreanos, alterando drasticamente a rotina de seus habitantes.

De acordo com José Lima, coordenador municipal da Defesa Civil, a escassez de água é alarmante: “Estamos com uma situação já bem agravante, faltando água praticamente em todo o interior do município. O bairro do Miritizal é um exemplo claro, onde as torneiras já não estão mais funcionando devido ao nível extremamente baixo dos poços”, relatou. Os açudes estão secando e a morte de peixes é uma preocupação crescente.

Na manhã desta segunda-feira, uma reunião foi realizada com o vice-prefeito Henrique Afonso para discutir ações emergenciais que possam minimizar os impactos da seca. Lima ressaltou que, além de Cruzeiro do Sul, os municípios vizinhos também enfrentam dificuldades, destacando que a falta de tráfego pelos rios impede a chegada de suprimentos essenciais.

Weliton Oliveira, um passageiro que faz frequentemente a rota entre Cruzeiro do Sul e Porto Walter, notou a mudança no tempo de viagem devido à seca: “Antes, a viagem durava em média seis horas. Agora, precisamos de até oito horas, devido aos bancos de areia e troncos de árvore que obstruem o caminho”, comentou.

Com o nível do Rio Juruá medindo apenas 4,62 cm, a situação em Marechal Taumaturgo é ainda pior, com o rio registrando apenas 1,36 cm, muito abaixo da cota de alerta, que é de 2 metros. Esta seca representa um desafio logístico significativo, afetando o transporte de alimentos e combustíveis e colocando em risco a saúde pública.

A Secretaria de Saúde do Estado do Acre informa que a seca também tem contribuído para o aumento de doenças respiratórias, atingindo especialmente crianças e idosos. Recentemente, a Secretaria Nacional de Defesa Civil reconheceu a situação de emergência em decorrência dos incêndios florestais nos 22 municípios do Acre e declarou que um gabinete foi estabelecido para buscar soluções para a crise.

Além disso, as condições climáticas extremas têm desafiado ainda mais as operações de socorro e atendimento nas áreas afetadas. “Nunca tinha visto uma situação onde cacimbas e igarapés estão completamente secos”, afirmou um bombeiro. Atualmente, o plano de contingência está em vigor, e as autoridades locais se mobilizam para assegurar que medidas efetivas sejam implementadas para atender à população afetada e restaurar o acesso à água.

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