As principais lideranças partidárias na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) comentaram as declarações do governador Gladson Cameli (PP) dadas ao jornalista Luciano Tavares, do Notícias da Hora, a respeito do reajuste dos servidores públicos. Gladson disse temer o comprometimento da folha de pagamento e que há “politicagem” sobre o assunto.
O líder da oposição, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), foi direto. Disse que o governador Gladson Cameli (PP) precisa parar de criar expectativas e anunciar logo o reajuste e a forma que isso se dará.
“O governo e o governador precisam tomar uma decisão e deixar de enganar os servidores. Quem criou expectativas foi o governador. O reajuste geral é uma necessidade e tem legalidade no tocante à reposição de perdas, acumuladas nos últimos 3 anos de seu mandato. Aos profissionais do magistério há recursos e garantias da lei do Novo Fundeb. Os números são públicos. Não poderão enganar. Que se decida logo pois esse debate será intenso no seio do funcionalismo. Direito do servidor”, destacou.
Em tom ponderado e ao mesmo tempo comedido, o líder do governo na Assembleia, deputado Pedro Longo (PV), ratificou o que disse mais cedo o governador, que o assunto deve ser tratado com “prudência”.
“Realmente esse assunto tem que ser tratado com muita responsabilidade e prudência para não comprometer o pagamento da folha. Existem muitas circunstâncias a serem consideradas, como o caso específico da educação que tem recursos próprios do Fundeb, a situação dos servidores que ganham menos para quem mais importante do que um percentual seria uma etapa-alimentação, pessoal da saúde que tem demandas próprias etc. Então melhor aguardar mais alguns dias e encontrar as melhores soluções dentro da realidade, lembrando que o percentual de comprometimento da folha com pessoal piorou – de 49 foi para 52%, limitando muito as opções do Governo para não ferir a FRF”, pontuou.
Já o líder da bancada petista, deputado Daniel Zen, foi mais ácido e afirmou que Gladson não tem conhecimento orçamentário e financeiro e com isso fica refém da sua equipe econômica, gerando desgaste entre os servidores, que aguardam o anúncio com expectativa.
“Ele não tem a mínima noção acerca da capacidade orçamentária e financeira do Estado, sobre até onde pode ou não pode chegar. Isso porque ele não dispõe de nenhum conhecimento sobre isso. Ele está completamente refém das informações que lhe são repassadas por membros de sua equipe que, por sua vez, parece não conhecer muito do assunto. Definitivamente, ele não sabe o que diz”, pontuou.
Roberto Duarte (MDB), líder dos independentes, destacou que torce para que não seja mais uma “declaração impensada” do governador. “Já é o terceiro ou quarto adiamento feito pelo governador. Eu torço realmente para que não seja mais uma declaração impensada, pois deixou todos os servidores do estado muito ansiosos e esperançosos, uma vez que o anúncio foi feito pelo próprio governador, que o aumento seria para todos, e não somente para algumas categorias. Não quero ser pessimista, mas com uma folha mensal de aproximadamente R$ 250 milhões, cada 1% de aumento impactará em aproximadamente R$ 32 milhões por ano. Isso multiplicado por 5%, percentual bem abaixo da reposição da inflação, daria um acréscimo de mais de R$ 132 milhões ao ano. De onde o governo vai tirar esse excesso de receita? Além disso, o estado está 2.5 pontos acima do limite de gastos com pessoal, o que o impede de dar aumento e inchar mais ainda a folha”.
E reforçou: “essas são respostas que a equipe econômica do governo tem a obrigação de colocar para o governador, antes dele fazer esse tipo de promessa publicamente, pois os nossos servidores estão ansiosos aguardando o aumento, com toda razão. E eu vou cobrar mais essa promessa. É um pouco longo, mas o governo precisa dar uma resposta aos servidores públicos urgente. Promessa é dívida, governador! E eu vou cobrar!”.
Via-Notícias da Hora
