Ainda sem previsão de alta, o motorista de caminhão Mateus Sombra de Queiroz, de 26 anos, que teve a perna esquerda amputada após ser atropelado por um carro, continua internado no Pronto Socorro de Rio Branco em tratamento. Ao g1, nesta segunda-feira (7), a esposa dele, Layane do Nascimento, disse que o marido não lembra do acidente.
“Ele lembra só da parte que estava agachado e viu um vulto vermelho, que seria o carro. Não lembra da batida. Não gosta de falar do acidente, está muito sensível. Nos primeiros dias, depois que soube, ficou bem abalado, só chorava, mas agora está mais confiante. Está esperançoso”, contou.
O acidente ocorreu na Avenida Antônio da Rocha Viana, em Rio Branco, no dia 17 de janeiro. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o jovem Diego de Souza de Paula, que dirigia um carro, atropela o ciclista Rodrigo de Soares e Mateus de Queiroz.
O condutor foi detido pela Polícia Militar após o acidente e levado para a Delegacia de Flagrantes (Defla). Segundo a polícia, o rapaz não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A reportagem não conseguiu contato com a defesa do condutor do veículo e tenta contato com ele através de uma rede social.
Ainda segundo Layane, Mateus Queiroz já foi ouvido pela Polícia Civil sobre o acidente e prestou depoimento. A mulher diz que o marido segue se recuperando bem dos ferimentos e começou a fazer um tratamento em uma câmara hiperbárica, indicada para curar feridas.
“Os médicos iam tirar o que sobrou da perna, porque não estava reagindo. A especialista em curativo indicou a câmara hiperbárica e fomos atrás. Acelera a cicatrização e ele começou a fazer as sessões, que são feitas fora do PS. Começamos a fazer com a esperança de que não cortem totalmente”, destacou.
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Diego de Paula alegou que tentou desviar de uma motocicleta quando atropelou duas pessoas em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
Mais de 10 pessoas ouvidas
O delegado responsável pelo caso, Emylson Farias, explicou no último dia 27 que ouviu mais de dez pessoas sobre o acidente, entre elas Diego de Paula e o ciclista que também foi atropelado. No novo depoimento, o condutor seguiu afirmando que tentou desviar de uma moto que estava na contramão.
A reportagem tentou ouvir o delegado novamente nesta segunda. Ele disse que ouviu mais testemunhas, mas que estava em uma reunião e não poderia falar no momento.
“Os celulares estão sendo periciados, toda conversa é avaliada. Diego autorizou e deixou o celular na Delegacia de Flagrantes e todos os dados estão sendo recuperados e organizados. O carro é de uma namorada dele, uma companheira que também está sendo ouvida. Ele fala que tentou desviar de uma moto na situação, mas isso é uma prova testemunhal que só será confirmada com as imagens das câmeras do local”, disse.
A polícia recolheu o celular dele e também imagens de câmeras de segurança na região para saber exatamente o que aconteceu. O delegado revelou que uma das linhas de investigação era uma suposta rixa entre Diego de Paula e o ciclista.
“Ele diz que nem conhece o ciclista. O Rodrigo disse que nunca viu o Diego, nem viu o carro. Era uma linha de investigação, que está praticamente descartada porque o ciclista não tem nenhuma razão para defender o Diego. Ele é vítima. Eles não têm o número de telefone um outro no celular. Não vou dizer que é 100% descartado”, pontuou o delegado.
Farias disse que vai aguardar ainda os laudos da perícia feita no local do acidente. Um dos pontos importantes que deve ser esclarecido é a velocidade que o condutor estava na hora do acidente.
“Ele me diz uma velocidade, o ciclista me diz outra. Mas, isso é a testemunha e não tem como confirmar. Ele fala que estava em terceira [marcha], mas isso quem vai me dizer é no laudo. Ele vai e pega as costas do ciclista, o abraço e, instintivamente, já puxa o volante para a pista e é quando pega a pessoa que está agachada no primeiro momento, ouve o barulho do toque no ciclista, levanta e quando levanta acontece aquela situação”, complementou.
Por G1