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Indígenas mantêm procurador do MPF e servidores públicos federais presos: “para eles sentirem o que passamos”

Os servidores públicos e o procurador do MPF, Luidgi Merlo, foram mantidos presos desde às 8 horas da manhã até as 13:30 horas. Segundo os indígenas, a ação foi realizada para que os reféns pudessem sentir as dificuldades enfrentadas pela comunidade, incluindo a falta de água e comida.

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Redação Juruá Online

Nesta quarta-feira, 13, indígenas da terra campina-katukina mantiveram como reféns um procurador do Ministério Público Federal (MPF) e outros servidores públicos federais. O protesto dos indígenas foi motivado pela reinvidicação de direitos que alegam terem sido violados durante a construção da linha de transmissão conhecida como Linhão.

Adriano, assessor indígena do povo, denunciou que a equipe responsável pela construção do Linhão não estava respeitando os acordos estabelecidos com a comunidade. Segundo ele, houve desrespeito ao território, com derrubada de árvores, desmatamento de florestas e outras ações que não estavam previstas no acordo firmado com os indígenas. O MPF foi acionado para ouvir as demandas dos indígenas, bem como a empresa responsável pela construção e a equipe do IBAMA de Brasília. “Eles ultrapassaram o que queríamos fazer, derrubada de Sumaúma e desmatamento que não está no estudo”, disse.

Um ponto da reivindicação dos indígenas é o repasse de valores acordados que ainda não foram realizados. Enquanto essa pendência não for resolvida, os indígenas afirmam que a obra ficará paralisada. O assessor destacou a importância do cumprimento dos acordos estabelecidos, incluindo planos de indenização. “A gente já vem preservando há quase 60 anos aqui o território, nunca derrubamos ou desmatamos árvores”, disse Adriano.

“Fizemos isso para eles sentirem como a gente vive aqui como é sentir sede e sentir fome. Não é para brigar ou ameaçar, só para sentirem o que nós estamos sentindo aqui”, disse o assessor.

Os servidores públicos e o procurador do MPF, Luidgi Merlo, foram mantidos presos desde às 8 horas da manhã até as 13:30 horas. Segundo os indígenas, a ação foi realizada para que os reféns pudessem sentir as dificuldades enfrentadas pela comunidade, incluindo a falta de água e comida.

Francisco Thum, chefe do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF), relatou que os reféns incluíam o diretor administrativo Rafael Melo, a diretora jurídica Alderlane Camilo, o chefe da TI David Arcer e o motorista Elson Gama, que estavam no local para tratar de um Termo de Referência. Os indígenas exigiam uma quantia de R$ 30 milhões para liberar as pessoas, o que levou à intervenção da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

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