O autônomo José Maik dos Santos Araújo, 25 anos, tem problema congênito de visão e parou de enxergar totalmente há 8 anos, mas vive de amolar facas na sua residência, localizada no bairro Nossa Senhora das Graças, em Cruzeiro do Sul.
Apesar da atividade de risco e sem poder enxergar, ele manipula as facas com uma maestria impressionante e ele conta que nunca teve um acidente grave de trabalho mesmo sendo deficiente visual.
“Só levei uns arranhões, mas nada grave. Enquanto eu enxergava limpava quintais e tinha muita habilidade para amolar os terçados”, contou, ele cobra R$ 1 por cada faca afiada.
O material que utiliza é simples: uma pedra, uma lima e é com esse dinheiro que ele e a mulher sobrevivem.
O casal pede ajuda com alimentos e roupas, mas o que José Maik necessita com maior urgência é de um advogado que consiga resolver questões junto ao INSS, para que consiga a aposentadoria. ”Eu e minha mãe de criação já tentamos no INSS e na justiça, mas não conseguimos nada. Preciso de um advogado de bom coração pra me ajudar a me aposentar e ter uma vida mais digna porque eu vivo das facas e da ajuda das pessoas”, relatou.
O drama de Maik começou antes mesmo de ele nascer. A mãe, que não teve o nome identificado, foi vítima de estupro e tomou remédio para interromper a gravidez, o que teria afetado o cérebro e por consequência a visão de Maik.
No entanto, Maik foi adotado e morava com a mãe de criação, Maria da Glória, até pouco tempo, antes de conhecer a esposa, Karla, 48 anos.
“Eu pedi muito a Deus que mandasse alguém pra me amar de verdade e não só ter pena de mim e ele me mandou a Karla, que é o amor da minha vida e me dá muita força”, descreveu.
Quem quiser ajudar Maik pode ligar no número (68) 99607-8304.
Sandra Assunção / Juruá Online