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Governo do Acre lista mais de 20 festivais indígenas que devem compor calendário de eventos este ano

O Calendário de Eventos foi divulgado pela primeira vez no ano passado e deve ser atualizado anualmente com a proposta de divulgar, promover e desenvolver atividades turísticas, com temática cultural, desportiva, religiosa, ecológica ou qualquer outra modalidade que sirva como instrumento de incentivo ao turismo e ao empreendedorismo e que tenha objetivos institucionais, comunitários ou promocionais.

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O governo do Acre listou 23 festivais indígenas que devem ser inseridos no calendário de eventos do estado este ano. O documento completo com todas as festividades deve ser publicado nos próximos dias pela Secretaria de Empreendedorismo e Turismo (Seet) no Diário Oficial do Estado (DOE). Os festivais serão realizados em nove municípios, focando na preservação ambiental e no reforço da identidade cultural dos povos originários da região. Os meses de julho e agosto concentram o maior número de eventos.

O governador Gladson Cameli, na quarta-feira, 17, se encontrou com o jornalista e consultor de comunicação pública, Roberto Machado, em uma agenda em São Paulo. Ele aproveitou o encontro para apresentar a programação no estado voltada para o etnoturismo, que tem se tornado uma potência no Acre.

“Nosso objetivo é disseminarmos a valorização dos nossos povos indígenas. Convidamos profissionais da comunicação para conhecerem e imergirem no conhecimento dos nossos povos originários, verdadeiros detentores dos saberes da Floresta Amazônica”, disse.

As ações contribuem para a atuação da Secretaria Extraordinária de Povos Indígenas do Estado (Sepi), criada no ano passado, com o intuito de implementar políticas públicas destinadas a promover e proteger os direitos dos povos indígenas.

Entre os municípios que sediam as festividades estão Porto Walter, Assis Brasil, Marechal Thaumaturgo, Feijó, Tarauacá, Mâncio Lima, Cruzeiro do Sul , Jordão e Santa Rosa do Purus.

Fortalecimento da cultura

“Os festivais são muito importantes para o fortalecimento das culturas, das vivências, da língua, da culinária e da união do povo, porque é quando se reúnem os territórios, as aldeias e as comunidades com outros povos e turistas do Brasil, do estado, dos municípios e até mesmo internacionais. E isso também ajuda as comunidades na parte econômica. Pela primeira vez na história do Acre, os festivais indígenas vão estar no calendário do Estado , isso é um ganho”, enfatizou a secretária dos Povos Indígenas, Francisca Arara.

A expectativa é que todos os festivais de todas as terras indígenas constem no calendário das festividades. Porém, para Francisca, ter a inclusão de 23 festividades já é um passo importante, que precisa ser comemorado.

“A gente não conseguiu colocar todos os festivais, porque ainda é o início e, quando você coloca, tem que apoiar. Mais para frente, quem sabe, a gente coloque todos os festivais, pois é um ganho e é muito importante”, acrescenta a secretária.

Etnoturismo

O governador Gladson Cameli tem priorizado a pauta ambiental, que inclui a atuação dos povos indígenas em segmentos como turismo, cultura e economia. É uma forma de garantir renda aos povos originários e a preservação de suas tradições, por meio do etnoturismo.

“O turista que vem ao Acre, muitas vezes, é em busca da conexão com a natureza. A tendência mundial do mercado do turismo, que está cada dia mais crescente, e a experiência com o modo de vida dos povos indígenas, sejam em festivais ou vivências, gera emprego e renda para os destinos turísticos e para as comunidades envolvidas. Além disso, promove a conscientização para a preservação do meio ambiente e valorização da cultura e sabedoria do povo ancestral”, avaliou a diretora de Turismo e Empreendedorismo da Secretaria de Turismo e Empreendedorismo (Sete), Sirlânia Venturin.

Este tem sido o potencial do turismo no Acre, que vem cada vez mais recebendo incentivos do governo para se firmar, a ponto de capacitar os moradores e promover estrutura para esse tipo de visitação. De acordo com a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de indígenas teve o maior aumento em 12 anos, passando de 17.578 para 31.694 – 80,3% a mais do que no recenseamento anterior.

O Calendário de Eventos foi divulgado pela primeira vez no ano passado e deve ser atualizado anualmente com a proposta de divulgar, promover e desenvolver atividades turísticas, com temática cultural, desportiva, religiosa, ecológica ou qualquer outra modalidade que sirva como instrumento de incentivo ao turismo e ao empreendedorismo e que tenha objetivos institucionais, comunitários ou promocionais.

Governo do Acre inclui a atuação dos povos indígenas em segmentos como turismo, cultura e economia. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema

Confira o calendário de eventos mês a mês

Janeiro

– Festival Indígena Kãda Shawã Kaya, do Povo Arara na TI do Igarapé Humaitá, em Porto Walter: de 27 a 29 de janeiro.

Abril

– I Festival Indígena dos Povos Jaminawa e Manchineri da TI Mamoadate, em Assis Brasil: de 19 a 21 de abril.

Junho

– Festival Indígena Nuke Feya Xarahu, do Povo Huni Kui da TI Katukina/Kaninawa, em Feijó: de 20 a 22 de junho.

– Festival Indígena do Povo Ashaninka, comunidade Apiwtxa, da TI Kampa do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo: de 21 a 25 de junho

Julho

-Festival Indígena Katxanawa Hô Hô Ika do Povo Huni Kui da TI Katukinaw/Kaninawa, em Feijó: de 6 a 7 de julho;

-III Festival Indígena do Povo Huni Kui da TI Igarapé do Caucho, em Tarauacá: de 10 a 16 de julho;

-VI Festival Indígena Atsa Puyanawa do Povo Puyanawa, em Mâncio Lima: de 18 a 22 de julho;

-XIX Festival Indígena Matxo Noke Noi do Povo Noke Koi da TI Campinas/Katukina, em Cruzeiro do Sul: de 27 a 30 de julho;

-Festival Indígena Mariri Yawanawá do Povo Yawanawá da TI Rio Gregório, em Tarauacá: de 27 a 31 de julho

Agosto

-Festival Indígena Mawa Isã Keneya do Povo Huni Kui da TI Colônia 27, em Tarauacá: de 20 a 26 de agosto;

-Festival Indígena Inu Vake do Povo Nukini, em Mâncio Lima: de 10 a 12 de agosto;

-Festival Indígena Nixpu Pima do Povo Huni Kui da TI Kaninawá Seringal Independência, em Jordão: de 19 a 24 de agosto;

-Festival Indígena da Aldeia Shanenawa do Povo Shanenawa da TI Katukina/Kaxinawá, em Feijó: de 20 a 25 de agosto;

-Festival Indígena Txiri do Povo Huni Kui da TI Alto Rio Purus, em Santa Rosa do Purus: De 20 a 25 de agosto

Setembro

-Festival Indígena do Povo Huni Kui da Aldeia São Francisco da TI Katukina Kaxinawá, em Feijó: de 5 a 7 de setembro;

-Festival Indígena Mani Mutsa do Povo Huni Kui da TI Katukina/Kaxinawá, em Feijó: de 9 a 11 de setembro;

-Festival Indígena Txirinte do Povo Katukina da TI Rio Gregório, em Tarauacá: de 25 a 28 de setembro.

Outubro

-Festival Indígena Yawa do Povo Yawanawá da TI Rio Gregório, em Tarauacá: de 25 a 30 de outubro

Novembro

-Festival Indígena Katxanawa do Povo Huni Kui da TI Alto Rio Purus, em Santa Rosa do Purus: de 15 a 20 de novembro.

Dezembro

-Festival Indígena do Povo Apolima Arara da TI Arara do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo: de 5 a 7 de dezembro;

-Festival Indígena Nuku Beya do Povo Huni Kui na TI Kaxinawá da Praia do Carapanã, em Tarauacá: de 15 a 20 de dezembro;

-Festival Indígena do Povo Kuntanawa da Resex Alto Juruá, em Marechal Thaumaturgo: de 20 a 22 de dezembro;

-Festival Indígena Ikamuru Shuku Shukuwe do Povo Huni Kui da TI Kaxinawá do Baixo Rio Jordão, em Jordão: de 25 a 27 de dezembro.

Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema

Por Agência Acre

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