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Garis voltam a protestar contra salários atrasados em Rio Branco: ‘Continuamos sem respostas’

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Grupo se concentra em frente da Secretaria Municipal de Zeladoria nesta terça-feira (16). Trabalhadores alegam que uns estão com 45 dias e outros até com dois meses sem receber salários. Direção da Zeladoria diz que assim que empresas entregarem nota fiscal vai fazer repasse dos valores.

Sem receber uma resposta, um grupo de garis voltou a paralisar as atividades em Rio Branco em protesto por conta do atraso no pagamento dos salários. Eles se concentraram novamente em frente à Secretaria Municipal de Zeladoria de Rio Branco, nesta terça-feira (16), para tentar sensibilizar os gestores.

Essa é a quarta vez que o grupo vai para a entrada da secretaria em protesto por conta do atraso nos salários. Nas três primeiras manifestações, eles chegaram a fechar a entrada da Zeladoria e impedir a saída de maquinários. Mas, após confronto com o batalhão de choque da Polícia Militar, nessa segunda-feira (15), com o uso de spray de pimenta, o grupo resolveu não bloquear o fluxo na secretaria.

Os trabalhadores informaram que alguns chegaram a receber os salários, mas somente o mês de janeiro, mas o salário de fevereiro não foi pago. Uns estão com 45 dias e outros até com dois meses sem receber.

O gari Raimundo Nonato Gomes disse que se sente humilhado com tudo que tem acontecido e pede uma resposta. Segundo ele, muitos estão passando necessidade com suas famílias por conta do atraso nos salários. Ele também falou sobre o tratamento que receberam na manifestação de segunda.

“A gente pretende ir ao Ministério Público para ser ouvido. A gente foi humilhado da pior forma possível, nem com os vagabundos, com os bandidos eles não entram assim. Continuamos sem resposta alguma, ninguém deu uma posição pra gente, então a gente tem que procurar uma solução para nosso problema. A única coisa que a gente ouve é ameaça de demissão”, reclamou o trabalhador.

Grupo se concentra em frente da Secretaria Municipal de Zeladoria nesta terça-feira (16) — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica

Grupo se concentra em frente da Secretaria Municipal de Zeladoria nesta terça-feira (16) — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica

Previsão de pagamento

Um dos donos de empresa terceirizada que presta serviço para a Zeladoria de Rio Branco, Jebert Williams, foi até o local do protesto e conversou com os trabalhadores.

“Firmamos um compromisso que, assim que iniciar parte do pagamento, a gente vai automaticamente fazer o repasse aos trabalhadores. Ontem tivemos uma reunião com secretários da Prefeitura, Procuradoria e a gente ainda não chegou a consenso. A gente acredita que a metragem e a nova metodologia que a gestão atual está tomando, diverge da anterior. Mas a gente se comprometeu em receber parte dessas medições levantadas pela Zeladoria e contestar isso via administrativamente, ou judicial em segundo momento. Acredito que o pagamento inicia hoje”, disse Williams.

Ainda segundo o empresário, a impasse entre as empresas terceirizadas e a secretaria é com relação ao repasse dos valores. Segundo ele, a metodologia que está sendo usada para o cálculo do valor que as empresas têm a receber está diferente.

“A medição está variando de 10% a 60% a menos do que as empresas teriam a receber. Da minha empresa, por exemplo, a gente solicitou um valor de R$ 404 mil referente a janeiro e tem uma proposta de R$ 260 mil. Para pagar a folha até que dá, mas não é só isso, temos tributos, fornecedores, encargos”, disse.

Contrato não deve ser renovado

Em entrevista ao vivo ao Bom dia Acre, o diretor de gestão da Zeladoria, Marcos Antônio, informou que assim que empresas entregarem nota fiscal, o órgão vai fazer repasse dos valores. Ele afirmou ainda que o contrato com as empresas terceirizadas vence no próximo dia 30 de março e que não devem ser renovados.

O diretor informou que a prefeitura está calculando os valores para repasses conforme está descrito nos contratos, no entanto, as empresas estavam acostumadas a receber um valor superior ao indicado nos contratos e, por isso, está havendo as divergências.

“Pelo contrato o valor do metro quadrado é um valor bem pequeno, que a empresa se comprometeu no ano de 2015, participou de um processo licitatório e na sua planilha de custo, achou conveniente aceitar esse valor. Então, não fomos nós que fizemos a licitação, de lá para cá a empresa vinha recebendo valores que destoam do objeto do contrato, que é por metro quadrado. Agora, fizemos a medição, através de método científico, e constatamos que a fatura que vinha para a Zeladoria nos anos anteriores, de R$ 400 mil, veio agora para o mês de fevereiro no valor de R$ 205 mil. Se esse aporte financeiro vai suprir a necessidade da empresa, infelizmente não sabemos dar essa resposta”, afirmou o diretor.

Para nova licitação, Antônio disse que vai ser usada uma nova metodologia para pagamento dos repasses, por meio de posto de trabalho.

“Nossa gestão vai acabar com o contrato por metro quadrado, se demonstrou claramente que esse pagamento não beneficia o trabalhador e nós valorizamos o trabalhador. Não vamos mais aditivar esse contrato que encerra no final deste mês de março e estamos providenciando nova licitação, que será por posto de trabalho.”

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