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Funcionárias de posto de identificação na OCA de Cruzeiro do Sul denunciam coordenador por assédio sexual e moral

O coordenador nega as acusações e diz que não passam de “armação política” contra ele.

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Funcionárias terceirizadas do posto de identificação de Cruzeiro do Sul, que funciona na OCA da cidade do interior do Acre, denunciam o coordenador Jonas Oliveira de Souza, que é policial civil, de assédio sexual e moral.

O coordenador nega as acusações e diz que não passam de “armação política” contra ele. “Não teve nada disso, foi uma armação. Tenho sofrido, eu perdi a guarda da minha filha por conta dessa armação.”

A reportagem conversou com uma das vítimas, que preferiu não ter o nome revelado. Segundo ela, o caso já foi levado ao conhecimento da Polícia Civil e Corregedoria da polícia no ano passado e que, inclusive, existe uma sindicância em tramitação que apura as denúncias de, pelo menos, cinco funcionárias.

Por conta da apuração na Corregedoria, a servidora conta que Souza chegou a ser lotado em outro local. No entanto, mesmo sem a conclusão da sindicância, em setembro deste ano, o novo diretor-geral da Polícia Civil nomeou ele novamente na mesma função, de coordenador no Departamento de Polícia Técnico-Científica no Instituto de Identificação Raimundo Hermínio de Melo, posto de identificação civil e criminal.

A vítima relata medo de continuar trabalhando com ele após as denúncias. O caso também foi levado ao Ministério Público e tramita na 3ª Promotoria Criminal de Cruzeiro do Sul. Segundo a promotora de Justiça, Juliana Hoff o caso está sendo apurado e, uma vez comprovado, o autor será denunciado.

A vítima afirma ainda que está sendo acompanhada por psicólogo por conta da situação.

“Ele dizia ‘você não sabe fazer nada direito’, gritava com a gente e dava em cima de todo mundo. Quando a nova diretora entrou, todo mundo conversou com ela e ela tirou ele. Todas as meninas foram depor contra ele. Ele saiu e a gente pensava que ele não ia voltar, mas voltou a ser o coordenador do instituto aqui de Cruzeiro do Sul. Eu estou com medo de trabalhar com esse homem. Estou desesperada”, disse a funcionária.

O que diz a Polícia Civil

O delegado-geral da Polícia Civil, Henrique Maciel confirmou que a sindicância ainda está em andamento na Corregedoria e que após o policial ser nomeado como coordenador novamente não recebeu nenhuma nova denúncia contra ele.

O delegado afirmou ainda que Jonas não tem mais contato com as atendentes e que não trabalha na OCA e sim em um prédio da Polícia Civil, no Centro de Cruzeiro do Sul. Segundo ele, um supervisor direto que fica na OCA e que tem contato com as funcionárias e com o coordenador.

“Teve uma situação antes mesmo de eu chegar aqui que ele realmente chegou a ser afastado da supervisão da OCA em Cruzeiro do Sul, em razão dessas denúncias. Como o Instituto de Identificação precisa de um servidor de carreira, ele foi nomeado. Existe um coordenador na OCA de Cruzeiro do Sul, que é até terceirizado, e ele é quem trata diretamente com Jonas. Fisicamente, ele fica em uma casa totalmente afastada da OCA. Ele não tem nenhum contato com elas e pelo que eu sei, não recebi nenhuma notícia depois que coloquei ele nesse setor”, disse Henrique.

O delegado afirmou ainda que também não recebeu nada do Ministério Público após ter nomeado o policial como coordenador. “Não há nenhum impeditivo, nada na nossa gestão [que impeça qualquer denúncia]. Elas [funcionárias] têm o telefone aqui da direção geral, nós estivemos lá em Cruzeiro do Sul recentemente e não recebi nenhuma informação sobre isso. Elas podem nos informar, ligar, ou formalizar qualquer situação, não vamos admitir nada disso.”

‘Armação política’

O coordenador Jonas disse que a pessoa que ficou em seu lugar após ele ser tirado da coordenação no ano passado, chegou a ficar “do lado” dele ao saber das denúncias. Mas, teria recebido vantagens e acabou se voltando contra ele também.

“A pessoa que ficou no meu lugar de forma indevida, no início dessa armação, queria até bater em um das pessoas que foi mentir e eu não deixei. Depois, ela foi mudando, eu soube que ela teve vantagens para se comportar dessa forma. Aqui é um setor civil e criminal, então o certo é ter um policial civil aqui, e ela como terceirizada nem poderia assumir o setor. Quem estava por trás [da armação] foi conversando com ela e aos poucos ela foi mudando”, disse o coordenador.

Ele afirmou ainda que após denúncias, em 2020, foi feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). “Já foi até extinto, porque não viram nada de fundamento naquelas denúncias. Não teve audiência não tem nada. É tanto que tem pessoas revoltadas até hoje que foram colocadas lá para serem ouvidas e não sabiam de nada. É uma situação triste.”

Com informações g1.

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