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Fumaça toma conta de Cruzeiro do Sul e autoridades alertam para riscos à saúde

A fumaça intensa, resultante das queimadas, representa um grave risco à saúde da população, especialmente crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardiovasculares.

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Redação Juruá Online

A cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, enfrenta um problema crescente de poluição do ar devido ao acúmulo de fumaça proveniente de queimadas. A situação se agrava durante a estiagem, com a qualidade do ar classificada como “abaixo do ideal” pela Organização Mundial da Saúde.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), agosto foi o pior mês do ano em relação ao número de focos de queimadas no estado, com 3.482 focos registrados, um número recorde que supera todas as marcas anteriores. Essa situação representa um aumento de 889% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 352 focos.

O aumento significativo dos focos de queimadas preocupa as autoridades, que acreditam que a maioria dos incêndios seja de origem criminosa, como a aplicação de fogo em terrenos baldios. A dificuldade em identificar os responsáveis, especialmente em terrenos sem identificação do proprietário, dificulta as ações de combate e controle.

“Os focos aumentaram consideravelmente, e nós não temos informações de raios, quedas de fios elétricos ou carros pegando fogo, então a gente acredita que seja ação humana”, afirmou Aldenir Faran, chefe interino da representação do Juruá no Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC).

A equipe de fiscalização do IMAC, em parceria com o Corpo de Bombeiros, trabalha para combater os incêndios e autuar os responsáveis, mas a tarefa é desafiadora. “Conseguimos autuar apenas uma pessoa até agora, porque a maioria dos focos ocorre em terrenos baldios, onde não conseguimos identificar o proprietário”, explicou Aldenir.

A fumaça intensa, resultante das queimadas, representa um grave risco à saúde da população, especialmente crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardiovasculares.

O biólogo Salatiel Clemente, da Regional de Saúde Juruá-Tarauacá, alerta para os efeitos nocivos da exposição à fumaça a longo prazo. “A fumaça deteriora a qualidade do ar e a recomendação do Ministério da Saúde é ingerir bastante líquido e evitar atividades ao ar livre, principalmente entre 18h e 9h, horário de maior concentração de fumaça”, disse Clemente.

As autoridades pedem à população que colabore para evitar novas queimadas e que tome medidas de precaução para minimizar os riscos à saúde. A situação exige medidas urgentes para conter a proliferação de focos de incêndio e proteger a saúde da população.

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