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Farinha de Mandioca de Cruzeiro do Sul Ganha Destaque na Expo Acre Juruá com Inovações e Boas Práticas

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Redação Juruá Online

A farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul é um produto reconhecido mundialmente por sua qualidade, e para garantir que essa tradição se mantenha, a Embrapa tem trabalhado há mais de 20 anos com os produtores locais, promovendo a implementação de boas práticas de fabricação e incentivando a inovação. A equipe teve a oportunidade de expor as ideias nas noites da Expo Acre Juruá, em Cruzeiro do Sul.

A engenheira agrônoma e pesquisadora da Embrapa, Joana Maria Leite de Souza, destaca a importância da educação e da conscientização para a melhoria da qualidade da farinha: “Trabalhar essa questão da higiene e da sanitização do processamento da farinha é importante, pois a farinha de mandioca já é famosa mundialmente, especialmente após a obtenção do selo de indicação geográfica. É necessário conversar muito com esses produtores, pois a educação é um processo lento, principalmente com produtores rurais que, por vezes, não possuem nem mesmo o ensino fundamental completo”, disse.

A pesquisadora ressalta que a Embrapa não consegue atingir todos os trabalhadores da região, mas atua em conjunto com outras instituições como o SENAR, SEAC, SEBRAE e o Ministério da Agricultura para aumentar o alcance das ações e promover a elevação do potencial produtivo.

Joana Maria Leite de Souza, natural de Rio Branco, é engenheira agrônoma e pesquisadora da Embrapa. Ela possui mestrado e doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Fortaleza e Universidade Federal de Pelotas, respectivamente, tendo se graduado pela Universidade Federal do Acre.

A ideia é oferecer aos produtores uma alternativa para além da venda da farinha crua, permitindo que eles agreguem valor ao seu produto. “Hoje, a Embrapa tem um projeto de farinhas temperadas em que vem trabalhando há dois anos. A previsão é de que o projeto seja concluído no próximo ano. O projeto foi desenvolvido a pedido da Juruá Alimentos, que é a parceira do projeto. A Juruá Alimentos solicitou o desenvolvimento das farinhas temperadas, incluindo a formulação, o fluxograma, os equipamentos, as informações de rotulagem e nutricionais, o tipo de embalagem (a vácuo ou não, transparente), entre outras informações. Ao final do projeto, a Juruá Alimentos terá um produto finalizado, pronto para ser lançado no mercado, inclusive com layout e estratégias de marketing”, detalha Joana.

A implementação de boas práticas de fabricação é fundamental em toda a cadeia produtiva, desde a produção da farinha de mandioca seca até o produto final. A qualidade da farinha de mandioca seca, por exemplo, é crucial para a produção de farinhas temperadas, garantindo que o produto final seja de alta qualidade e atenda às expectativas do consumidor.

A cooperativa, que integra a Central Juruá, conta com mais de 20 associados. “Incentivamos a participação feminina e a permanência das crianças na escola, e estamos desenvolvendo projetos para somar esforços”, afirma Joana.

Para complementar as ações de capacitação, a Embrapa também desenvolve materiais didáticos que abordam as boas práticas de fabricação e os principais problemas que podem interferir na classificação da farinha de mandioca.

“A primeira cartilha aborda a higienização, a produção da mandioca, a farinha, os equipamentos e o ambiente de produção. Já a segunda cartilha trata dos principais fatores que interferem na classificação da farinha, como os requisitos da legislação”, conclui a pesquisadora, destacando a importância da informação e da capacitação para o sucesso da produção e da comercialização da farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul.

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