booked.net

Exportações do Acre superam os R$ 307 milhões até julho e meta de atingir mais de R$ 1 bilhão em 4 anos é factível

O grande destaque foi o crescimento do grupo da proteína animal(carne). A suína que cresceu 448,5% e a bovina com crescimento de 410% na comparação dos dois períodos.

Compartilhe:

As exportações do Acre nos 7 primeiros meses de 2024 alcançaram US$ 55,9 milhões, superando em mais de US$ 10 milhões o valor de tudo o que foi exportado em 2023 (US$ 45,8 milhões). No gráfico a seguir destacam-se os valores exportados nos sete primeiros meses dos anos de 2023 e 2024. Para esse período, em 2023, o Acre exportou US$ 31,8 milhões e, em 2024, o valor alcançou US$ 55,9 milhões, portanto, 76% a mais que o valor do mesmo período do ano passado. Considerando a cotação do dólar em R$ 5,50, o valor exportado no ano, já alcança, aproximadamente 307 milhões de reais.

Fonte: Comex Stat: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e de Serviço

O valor das exportações da carne bovina já supera o da carne suína e assume o segundo maior valor dos produtos exportados

Em julho de 2024, o valor das exportações acreanas foi superior a US$ 7,32 milhões, superando em mais de 80% o valor de julho de 2023 (US$ 4,1 milhões). Os grupos de produtos em destaque no mês foram: a carne bovina 45,5% (US$ 3,33 milhões), a carne suína 21,1% (US$ 1,5 milhão), a castanha 16,4% (US$ 1,2 milhão), a madeira 9,2% (US$ 671 mil). Com o final do processo de comercialização do ano, a soja representou somente 2,9% (US$ 214 milhões).

Na tabela abaixo compara-se os valores exportado nos sete primeiros meses de 2023 com os realizados em 2024. O produto de maior valor continua a soja com US$ 21,8 milhões, crescendo no período, 17% em relação ao ano passado. O grande destaque foi o crescimento do grupo da proteína animal(carne). A suína que cresceu 448,5% e a bovina com crescimento de 410% na comparação dos dois períodos.

Quanto a participação dos grupos de produtos em 2024, a liderança continua com a soja com 39%. Na sequência vêm a carne bovina com 20,3%, a carne suína, 18,2%, a castanha 12% e a madeira 6,5%. Destaque para a pecuária bovina e suína que, juntas, já representam quase a mesma proporção do valor da soja nas exportações (38,5%). Como a safra da soja já está no final, certamente o grupo da proteína animal irá superar o grupo da proteína vegetal (soja).

ACRE: EXPORTAÇÕES PARA O MERCADO EXTERNO – JANEIRO A JULHO – 2023 e 2024 – Valor US$ FOB
GRUPO DE PRODUTOS20242023Crescimento (%)
Soja21 805 01618 630 84417,0
Carnes suína e derivados10 185 0231 856 937448,5
Carnes bovina e derivados11 350 4872 225 774410,0
Castanha do Brasil6 726 4373 476 76493,5
Madeira e Derivados3 610 8653 433 6875,2
Demais produtos2 267 0882 136 8506,1
Total55 944 91631 760 85676,1
Fonte: Comex Stat: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e de Serviço
  Com 26,5% do mercado o Peru continua sendo o maior comprador dos produtos acreanos

Na tabela a seguir destacam-se os 10 maiores destinos das exportações acreanas nos primeiros sete meses de 2024, com a descrição dos principais produtos exportados.

ACRE: OS 10 PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2024 – Valor US$ FOB
Países2024Principais Produtos Exportados
Peru (26,5%)14.846.50868% carne suína e 28% castanha
Emirados Árabes Unidos (11,5%)6.410.36199% carne bovina
Espanha ( 10,4%)5.807.68490% soja e 6% madeira
China (6,4%)3.558.14285% soja e 10% madeira
Hong Kong (5,3%)2.972.261100% derivados de bovinos
Itália (4,5%)2.535.647100% soja
Alemanha (4,3%)2.408.27099% soja
Estados Unidos (4,1%)2.284.94361% de castanha, 20% de madeira e 12 % de soja
Argélia (2,8%)1.553.961100% soja
Irã (2,7%)1.479.201100% soja
Fonte: Comex Stat: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e de Serviço

Comprando 68% da nossa carne suína e 28% da nossa castanha, o Peru é o maior importador os produtos acreanos, totalizando US$ 14,8 milhões, representando 26,5% de tudo o que exportamos nos 7 primeiros meses de 2024. Os principais mercados da soja acreana foram: Espanha, China, Itália, Alemanha, Argélia e Irã.

As importações do Acre recuaram 22,7% nos primeiro 7 meses do ano

O valor das importações de julho de 2024 foi de US$ 262 mil, 73,5% abaixo do valor importado no mesmo mês de 2023, US$ 990 mil. Nos 7 primeiros meses de 2024 o valor importado somou US$ 2,9 milhões, 22,7% abaixo do valor correspondente ao mesmo período de 2023, US$ 3,8 milhões.

Como resultado da soma das exportações, diminuídas pela soma das importações, obtém-se o saldo da balança comercial, que alcançou US$ 53 milhões nos primeiro sete meses de 2024. Esse valor correspondente a aproximadamente 291,5 milhões de reais, 89,4% a mais que o saldo do mesmo período do ano passado (US$ 28 milhões).

Tendências indicam que a previsão do Acre alcançar 1 bilhão de reais de exportações nos próximos 4 anos, feita por Jorge Viana (Apex), deve se confirmar.

Lemos na matéria no ac24horas em matéria assinada pelo jornalista Marcos Venicios do dia 14/07/2024, que Jorge Viana, presidente da APEX Brasil, previu que nos próximos 4 anos o Acre deverá atingir marca de 1 bi de reais em exportações.

Na tabela a seguir, com base nas informações expostas no presente artigo e nas tendências de mercado, estimamos os valores exportados pelo Acre (em reais), de 2024 até 2028. A metodologia da estimativa consta nas observações (1), (2) e (3), contantes nas linhas finais da tabela.

ACRE: ESTIMATIVA DO VALOR DAS EXPORTAÇÕES DE 2024 a 2028 – VALOR FOB EM REAIS – R$
2024(1)2025 (2)2026 (2)2027 (2)2028 (2)
443 877 524554 846 905693 558 632866 948 2901 083 685 362
Fonte: Estimativa do autor
(1)  valor de 2024 estimado com base no crescimento de 76% nos 7 primeiros meses do ano
(2) Valores de 2025, 2026, 2027 e 2028; estimados com base de um crescimento de 25% em cada ano
(3) conversão de dólar para reais realizadas com contação de R$ 5,5 para cada US$

São projeções baseadas no cenário atual.  Sabemos que o desempenho do mercado externo além de muito influenciado por problemas ligados ao processo de produção interno. Além do mais, existem problemas relacionados às incertezas econômicas, principalmente aquelas que ocorrem nos países desenvolvidos.

Concluímos que mantendo as perspectivas do mercado e as políticas de apoio às exportações que estão em curso, é possível atingir, até com certa tranquilidade, os valores estimados por Jorge Viana.

Orlando Sabino escreve às sextas-feiras no Juruá Online

Compartilhe:

LEIA MAIS

Rolar para cima