O professor e pesquisador da Ufac, Foster Brown, apresentou, com base no Acre, dados que comprovam o impacto causado na atmosfera pela erupção, em 15 de janeiro, do vulcão submarino Honga Tonga-Hunga Ha ‘apai, que fica a cerca de 30 quilômetros de Tonga, no oceano Pacífico.
Três estações localizadas em Rio Branco – Reis-Brown 2, Feres e Ferraz -, que têm separação máxima de seis quilômetros entre elas, mediram um pico de pressão por volta das 9h45 (horário do Acre), captando uma onda acusada pela explosão do vulcão. Elas são desenvolvidas pela Ambient Weather, empresa americana que também fornece o programa de computador capaz de registrar os dados.
Brown utiliza informações geradas por essas estações em um projeto de alcance tridimensional entre Brasil, Peru e Bolívia, sobre gestão de risco e defesa civil. Além disso, fornece dados sobre a qualidade do ar para o Ministério Público do Acre.

Segundo ele, o episódio serviu para confirmar novamente que só temos uma atmosfera neste planeta. “Essas estações meteorológicas fornecem informações para o público em tempo real e podem gerar dados confiáveis para dimensionar processos na atmosfera”, disse. “Além de dados sobre chuva, vento e temperatura, fornece dados sobre eventos que acontecem a mais de 10mil quilômetros de distância”.
A erupção do Honga Tonga-Hunga Ha ‘apai foi mais potente que bomba atômica, conforme a Nasa; causou tsunamis e foi ouvida a 800 quilômetros de distância, em Fiji. Nuvens de gás, fumaça e cinzas atingiram 20 quilômetros no céu, segundo o Serviço Geológico de Tonga.
Por Thais Farias