Foto: Anny Barbosa
Redação Juruá Online
Empresários de municípios isolados do Acre temem que a seca severa que afeta diversas regiões do país comprometa o abastecimento de produtos de primeira necessidade em suas cidades. A diminuição do nível do Rio Juruá pode deixar os municípios de Porto Walter, Marechal Thaumaturgo e Ipixuna desabastecidos de combustíveis, gêneros alimentícios e outros artigos essenciais.
Esses municípios, localizados no interior do Acre, são abastecidos por Cruzeiro do Sul, segunda maior cidade do estado, exclusivamente por via fluvial, pois não há acesso terrestre entre eles. No entanto, a redução do nível do rio está limitando a capacidade de transporte de mercadorias, fazendo com que os empresários locais tenham estoque de mercadorias, mas com risco de falta de produtos de alimentação básica.
Benjamin dos Anjos, empresário em Marechal Thaumaturgo, alerta que “quando o rio baixa muito as águas, as embarcações maiores que transportam nossas mercadorias reduzem as suas capacidades”. Ele defende que a construção de estradas que liguem os municípios seria a solução para o problema, pois facilitaria a vida dos moradores e empresários dos municípios mais isolados.
Os empresários se mobilizam em busca de soluções mais efetivas do governo, como a abertura do ramal que liga o município de Rodrigues Alves a Porto Walter, que pode facilitar o abastecimento de insumos para esses municípios, principalmente no período do verão. No entanto, o ramal já foi aberto, mas fechado novamente por determinação judicial.
O deputado federal do Acre, Zezinho Barbari, defende veementemente a ligação entre os municípios por via terrestre, destacando que essa estrada não apenas dará o direito de ir e vir à população, como também facilitará o transporte de mercadorias e combustível no verão. Ele enfatiza que alguns órgãos públicos e a justiça federal estão deixando de ver o tamanho do benefício para o tamanho do crime ambiental, que se torna pequeno em relação à necessidade daquela região.
A escassez de água no Rio Juruá afeta não apenas o abastecimento, mas também aumenta o custo de vida e agrava a situação das famílias que já vivem em condições vulneráveis nos municípios isolados.