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Embarcação que faz rota de Cruzeiro do Sul ao Amazonas suspende atividades devido à seca do rio Juruá

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Redação Juruá Online

A estiagem que afeta o Rio Juruá, no Acre, trouxe consequências para os moradores e trabalhadores que dependem do rio para transporte e sustento. Com o nível das águas baixo, a navegação tornou-se perigosa e, em alguns casos, inviável, levando à suspensão de viagens e ao aumento dos riscos para os navegantes.

Jonas Silva, que há 27 anos trabalha navegando no Rio Juruá, expressou sua preocupação com a situação atual. “Que é tanto no raso, nos pau, na pausada. Tem muita arraia. A gente enfrenta muito risco aí, de todo jeito. Agora, as viagens estão bem mais demoradas, por conta da situação. É muito, muito difícil. Daqui para a Marechal Thaumaturgo tudo é muito distante. E aí para a gente, eu agora que estou nesse rabetão aí desse precinho, a gente vai e volta, mas é muito, muito puxada a viagem”, relatou Jonas. Ele destaca que, se o rio continuar secando, o transporte fluvial, que é o único meio de acesso para muitas comunidades, poderá ser completamente interrompido.

“Hoje está muito mais difícil, leva muito mais tempo no rio. Hoje a gente está gastando em média de 20 dias daqui para Marechal de barco. E o rabetão? O rabetão sai daqui e chega lá, só que chega à noite. Aí é encalhando direto”, relata Jonas Silva.

Francisco Jacson da Silva, com mais de 25 anos de experiência trabalhando em uma balsa, também descreveu os desafios enfrentados pela equipe de navegação. “Meu patrão viaja para Ipixuna, onde o rio está muito seco. Ele costumava levar 30 passageiros, mas agora só consegue transportar 20. Devido à seca, ele não tem condições de viajar e está parando as atividades hoje”, afirmou Francisco.

Essa é a primeira vez, em mais de duas décadas, que a empresa em que Francisco trabalha foi forçada a suspender as operações devido à seca. A situação não só afeta o transporte de passageiros, mas também gera prejuízos financeiros significativos para os operadores, que enfrentam a difícil decisão de aumentar os preços, o que pode afastar ainda mais os clientes.

Os trabalhadores que dependem do Rio Juruá para seu sustento estão agora à mercê do nível do rio. “Depende do rio. Para ele retornar a navegar de novo, vai depender muito do rio”, disse Francisco.

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