Redação Juruá Online
Na tarde desta segunda-feira, 5 de agosto, uma embarcação do tipo rabetão que transportava passageiros com destino a Porto Walter pegou fogo nas proximidades do Rio Valparaíso. O incidente aconteceu após a embarcação ter partido de Cruzeiro do Sul, felizmente, não houve feridos entre os ocupantes. Conforme informações as perdas foram exclusivamente materiais.
Este acidente ocorre em um momento crítico para Porto Walter, que enfrenta sérias dificuldades de transporte devido à forte seca que afeta o Rio Juruá. As condições de navegação fluvial se tornaram precárias, aumentando a necessidade de alternativas terrestres.
Os barcos que transportam alimentos e itens de primeira necessidade estão levando pelo menos três dias para completar a viagem. Em muitos casos, os produtos chegam em condições inadequadas para consumo, o que gera prejuízos significativos para os comerciantes e resulta na escassez de mercadorias nos supermercados do município. Além disso, os barcos que realizam o transporte de passageiros estão enfrentando trajetos que duram, no mínimo, dez horas, em condições extremamente desconfortáveis para os viajantes.
Para Marechal Thaumaturgo, as condições são ainda mais desoladoras. Os barcos que transportam itens de primeira necessidade levam, em média, quinze dias para completar a viagem, saindo de Cruzeiro do Sul para a cidade, gerando sérias complicações na disponibilidade de produtos essenciais. Quanto ao transporte de passageiros, as embarcações enfrentam trajetos que duram pelo menos dezesseis horas, oferecendo condições extremamente desgastantes e desconfortáveis para os viajantes. Essa situação reflete a urgência de melhorias na logística de transporte na região.
A única via terrestre viável entre Porto Walter e Cruzeiro do Sul, o Ramal Barbary, está embargada judicialmente por causa de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Ministério Público do Estado do Acre (MP/AC). O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) determinou a suspensão de qualquer obra e bloqueio do trecho da estrada, que está sob investigação por impactar a Terra Indígena Jaminawa do Igarapé Preto e estar situada dentro da Unidade de Conservação Estadual de Uso Sustentável Japiim Pentecoste, além de estar na área de influência do Parque Nacional da Serra do Divisor.
O MPF argumenta que a licença ambiental concedida para a construção da estrada não poderia ter sido emitida pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), já que a obra interfere em áreas protegidas. O órgão federal, Ibama, deveria ter autorizado a intervenção, com a participação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Diante dessa situação, a população de Porto Walter enfrenta um dilema em relação ao transporte, exacerbado por questões de segurança e conservação ambiental.