Redação Juruá Online
Nas últimas 24 horas, pelo menos três homens foram presos pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEMPCA) por crimes contra menores e mulher. As prisões aconteceram em diferentes bairros, envolvendo casos de violência doméstica, maus-tratos e abuso sexual.
O primeiro caso ocorreu na última quinta-feira, 23, no bairro Aeroporto Velho. Um pai foi preso por se exceder nos meios de correção de seus filhos de 10 e 11 anos. Segundo o delegado Renan Santana, o pai costumava colocar as crianças de castigo de joelho, dar tapas e pressionar os braços delas, especialmente quando estava sob efeito de álcool. O Conselho Tutelar foi alertado sobre a situação, provocando uma investigação da delegacia. “Houve uma representação por medidas protetivas, as quais foram descumpridas pelo agressor. Tendo em vista a gravidade dos fatos, representamos pela prisão preventiva do investigado”, explicou o delegado.
Outra prisão ocorreu devido a um homem já investigado pela Polícia Civil por lesão corporal e violação de domicílio contra sua ex-companheira. Após um processo judicial, ele foi condenado e teve um mandado de prisão expedido. O homem foi preso em sua própria residência sem oferecer resistência.
Por fim, um caso alarmante de estupro de vulnerável foi registrado no bairro da Cobal. O avô de crianças de 4 a 8 anos foi preso por praticar atos libidinosos com elas. O delegado Renan Santana detalhou que o avô acariciava as crianças com intenções libidinosas e expunha suas partes íntimas para elas. Dada a seriedade da ocorrência, foi emitida uma prisão preventiva, cumprida nesta sexta-feira, 24. Além disso, o avô já estava sendo investigado por um estupro de vulnerável ocorrido em Rio Branco, envolvendo uma menina de 7 anos. O crime foi descoberto quando a mãe das crianças, que tinha deixado os filhos aos cuidados dos avós para procurar trabalho em outra cidade, percebeu o pânico das crianças ao mencionar que precisaria viajar novamente. Foi então que as crianças relataram os abusos cometidos pelo avô.
Veja como ensinar seu filho a se proteger e denunciar os casos
A seguir, veja quais são as recomendações sobre o que deve ser dito ou não, de acordo com a idade: Até os 4 anos
- Explique que meninos e meninas são diferentes
- Dê nomes precisos para as partes do corpo, incluindo os órgãos genitais.
- Conte que os bebês vêm da barriga da mãe
- Estabeleça regras sobre limites pessoais, como manter as partes íntimas sempre cobertas
- Dê respostas simples a todas as perguntas sobre o corpo e as funções corporais
- Fale sobre a diferença entre toques aceitáveis (que são agradáveis e bem-vindos) e toques inadequados (que são desconfortáveis, indesejados ou dolorosos)
- Diga que seu filho tem a liberdade para dizer “não” todas as vezes que não se sentir confortável com a ideia de ser tocado, inclusive quando parentes e amigos quiserem dar beijos ou abraços
- Explique que ninguém (crianças e adultos) tem o direito de tocar em suas partes íntimas
- Mostre que seu filho pode confiar em você e que está disponível e aberto para ouvir tudo o que ele tem a dizer. Peça para que ele não guarde segredos
- Explique a diferença entre “surpresa” (que é algo que será revelado em breve, como um presente) e “segredo” (que é algo que você nunca deve contar)
Dos 4 aos 6 anos
- Diga que os corpos dos meninos e das meninas mudam conforme eles vão ficando mais velhos
- Explique como os bebês crescem na barriga da mãe e conte sobre o processo de nascimento
- Estabeleça algumas regrinhas sobre limites pessoais, como sempre manter as partes íntimas cobertas em público e nunca tocar as partes íntimas dos colegas
- Oriente sobre como seu filho deve agir se um estranho fizer qualquer tipo de convite. Fale que ele deve imediatamente avisar a família, o professor ou outro adulto de confiança
- Explique que é errado que alguém toque suas partes íntimas sem permissão ou peça para você toque as partes íntimas de outra pessoa, mesmo que seja de alguém conhecido ou da família
- Diga que, se uma situação de abuso acontecer, a criança nunca é a culpada e que ela precisa contar o que aconteceu para alguém de confiança
Dos 7 aos 12 anos
- Fale sobre as mudanças da puberdade e explique como podemos lidar com elas
- Dê noções básicas sobre reprodução, gravidez e parto
- Oriente sobre os riscos da atividade sexual, como gravidez e DSTs
- Converse, de forma simples, sobre o que são métodos contraceptivos e como eles funcionam
- Explique que o abuso sexual não precisa, necessariamente, envolver toque
- Dê orientações sobre como se manter seguro ao conversar e conhecer pessoas pela internet
- Fale sobre namoro e estabeleça “regras” sobre o assunto
- Mostre como ele pode reconhecer e evitar situações de “risco”
Orientações: Eu Me Protejo Brasil