Os apenados do Presídio Manoel Nery da Silva, localizado em Cruzeiro do Sul, escreveram e divulgaram uma carta em que descrevem as condições precárias nas quais se encontram. Os reclusos alegam que estão enfrentando restrições em relação a alguns direitos fundamentais e pedem que as autoridades prestem atenção às suas queixas.
Os presidiários relatam que estão sofrendo com as altas temperaturas na unidade prisional, uma vez que não há sistema de ventilação e a entrada de ventiladores não é permitida. A carta, com sete páginas, apresenta uma visão das dificuldades enfrentadas pelos detentos.
Na carta datada de 06 de setembro de 2023, os reclusos expressam seu desejo por uma vida pacífica e buscam chamar a atenção para as irregularidades que vivenciam no Complexo Prisional Manoel Nery. Eles pedem respeitosamente que a sociedade de Cruzeiro do Sul, bem como os órgãos competentes, incluindo o Ministério Público e os Direitos Humanos, se sensibilizem com sua situação.
Os apenados mencionam que há quase quatro anos têm enfrentado violações de seus direitos básicos, enfatizando que não têm intenção de incitar ódio, apenas desejam ser tratados como seres humanos. Eles lamentam a falta de condições adequadas na prisão, incluindo a remoção de regalias como ventiladores, TVs e rádios.
Segundo o relato, os detentos sentem-se perdidos no tempo, sem acesso a informações para se atualizarem e buscarem reintegração à sociedade. Eles destacam que passam longas horas confinados e não têm oportunidade de remir suas penas por meio de trabalho artesanal.
A situação dentro da unidade prisional é descrita como insuportável devido ao calor, o que também afeta os familiares que tentam visitar os presos. Muitas mães não conseguem permanecer durante as visitas devido às condições infernais causadas pela falta de ventilação adequada.
A carta denuncia o abuso de poder como uma ocorrência diária na prisão e questiona por que as autoridades responsáveis não agem de acordo com as leis que proíbem a tortura e tratamentos cruéis e degradantes.
Os presos enfatizam que não buscam instigar a violência, apenas desejam um diálogo e serem tratados com respeito. Eles reafirmam seu compromisso com a busca por uma vida pacífica e pedem a atenção das autoridades e da sociedade para suas condições precárias.
A carta conclui destacando que, no fundo, todos os seres humanos desejam vida e paz.
Com informações Juruá 24 Horas
