O radialista, um dos profissionais que mais foram essenciais durante a pandemia de Covid-19 no Acre, celebra, nesta terça-feira (7), um dia de homenagens. A data oficial para a comemoração do Dia do Radialista é uma homenagem ao compositor, músico e radialista Ary Barroso, que nasceu em 7 de novembro de 1903.
A reportagem conversou com um dos radialistas mais conhecidos do município de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, Nonato Costa. Há 49 anos, Nonato é uma das vozes que ecoam pelas rádios dos cruzeirenses.
Aos 16 anos, Nonato iniciou na carreira após substituir um narrador de partida de futebol para uma rádio da cidade. “Desde criança eu tenho essa fascinação com a rádio. Nessa época eu já fazia os famosos releases de times e mandava para a rádio e eu tinha uma vontade imensa de fazer um teste, de uma oportunidade, eu fui umas 50 vezes, passava na frente da rádio, mas não tinha coragem de pedir uma oportunidade. Minha grande oportunidade de rádio veio por acaso. Eu tinha um colega de bairro que era frequentador de estádio de futebol local e um certo dia faltou o narrador principal e a rádio local estava sem o narrador, ele era bem entrosado e disse que tinha um ‘garotão’ que narrava futebol relativamente bem”, explicou.
Nonato contou que ficou surpreso, mas aceitou o desafio. “Meu primeiro contato com o rádio foi esse, narrando uma partida de futebol, entre as equipes do Cruzeiro e do América, no Campeonato Cruzeirense. No dia seguinte, já me chamaram para apresentar, comentar o jogo e fazer uma participação no programa de esportes”, disse.
Atualmente, Nonato, com 65 anos, apresenta o programa Boa Noite, Acre, das 19h às 21h, da Rádio Aldeia e o programa jornalístico Se liga, cidade, na Rádio Cidade, das 6h30 às 8h. Além da área dos esportes e jornalismo, Nonato também participou de programas na área do entretenimento.
O radialista trabalhou em diversas emissoras, inclusive na extinta Voz dos Náuas, primeira emissora de Cruzeiro do Sul. Mas ele conta que sua grande experiência nessa área foi na Rádio Nacional. “Antes de voltar para Cruzeiro do Sul tive a oportunidade de fazer cursos em Manaus na área de eletrônica, depois no Rio de Janeiro, Brasília, Macapá. Pude conviver com os maiores radialistas”, relembrou.
Nonato também apresenta e produz um programa chamado Brasil Brega Show. “Eu produzo esse programa, gravo aqui em Cruzeiro do Sul, mas ele faz parte da grade de programação da Rádio Estúdio, de Brasília. É uma empresa de distribuição de conteúdos e rádio, nós temos diversos programas distribuídos. O Brasil Brega Show é um programa que vem conquistando uma audiência extraordinária. O programa enfatiza bem a música romântica no Brasil, a música brega, por isso o nome do programa”, explicou.
Rádio e tecnologia
O radialista lembrou também como era trabalhar com rádio antes do advento da internet. “Naquela época, você era o apresentador, tinha que ter uma pessoa que fazia o seu roteiro, um produtor e um sonoplasta. Hoje com o advento da moderna tecnologia, eu consigo fazer o programa sozinho, com download de notícias e músicas, as notícias chegam através de sites, então nós tivemos um avanço significativo nessa área. Hoje nós tivemos um salto qualificativo, principalmente vindo da tecnologia moderna, que nos facilita muito para fazer o rádio mais enérgico, ainda mais moderno”, explicou.
Nonato disse ainda que com a chegada das redes sociais, muitas pessoas imaginaram que a rádio seria extinta, mas o meio de comunicação se aproveitou da tecnologia e se adequou a modernidade.
Grandes oportunidades
O cruzeirense ressaltou ainda as grandes oportunidades que teve por meio do rádio, como a de ocupar cargos importantes no município e no Estado. Nonato foi secretário de comunicação de Cruzeiro do Sul em três oportunidades e também foi diretor da Rádio Difusora Acreana, na gestão de Orleir Cameli.
“O rádio te dá oportunidades de conhecer pessoas e tem outras situações também. Me considero uma pessoa de sorte, porque primeiro eu trabalhei em uma grande empresa vinculada à presidência da República. A rádio te abre portas importantes, desde que você faça com honestidade, sendo muito sério e fazendo com que as pessoas possam efetivamente acreditar na sua competência e não usando a rádio para outras coisas”, finalizou.
Rádio durante a pandemia
No Acre, o rádio é o meio de comunicação que alcança os lugares mais isolados do Estado. Durante a pandemia de Covid-19, a rádio e os radialistas foram essenciais para a chegada de informações sobre como se prevenir do vírus, além da atualização no número de casos e óbitos em decorrência da doença.
Com informações Contilnet