Redação Juruá Online
O estado do Acre enfrenta um período crítico de cheias, com muitos municípios declarando estado de emergência. As previsões da Defesa Civil de Cruzeiro do Sul indicam que essas enchentes podem perdurar até abril, colocando famílias em situação de vulnerabilidade.
De acordo com dados, mais de 5 mil famílias estão desabrigadas em todo o estado. O rio Juruá, em particular, registrou um aumento de aproximadamente 15 centímetros nas últimas 12 horas, mantendo em alerta os ribeirinhos da região, que já estão familiarizados com as consequências das enchentes passadas.
Adegildo Gomes, pescador e morador da comunidade da Olivença, destaca os desafios enfrentados durante as inundações anteriores. “Tem que ter um pouco de cuidado com tudo. Aquelas duas alagações grandes que teve cobria minha casa e eu dormia sozinho dentro de casa, atrepado em uma rede pastorando. Eu ainda matei umas três cobras ou foi quatro”, relata, evidenciando os prejuízos enfrentados.
Para dar suporte a essas situações, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul, juntamente com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, já está realizando uma vistoria nesta segunda-feira, 26, com um plano de contingência para futuras emergências. O prefeito Zequinha Lima destaca a importância do monitoramento antecipado e do diálogo com os moradores para diminuir os impactos das enchentes, evitando grandes prejuízos como os ocorridos na enchente de 2021.
O plano de contingência inclui a realização de vistorias e o estabelecimento de medidas preventivas, como a identificação de áreas seguras, com escolas sendo designadas como locais de abrigo para as famílias desalojadas. Por enquanto, os bairros em Cruzeiro do Sul estão sendo atingidos de maneira parcial, sendo a Várzea, a Lagoa, parte do Miritizal, Cruzeirinho e algumas partes do Remanso. No entanto, segundo a Defesa Civil, tudo está tranquilo e nenhuma família está desabrigada.
José Lima, coordenador da Defesa Civil em Cruzeiro do Sul, ressalta a importância da antecipação e preparação para enfrentar desafios futuros, especialmente diante das previsões que indicam um aumento significativo no volume de chuvas. Um dos fatores que preocupam são as chuvas fortes na cabeceira do rio. “Ainda há muita água para passar aqui pela cidade, e com certeza nas próximas 48 horas podemos ter um volume de água bem elevado, fazendo com que a lamina suba acima da cota de transbordo”, disse o coordenador.
O Corpo de Bombeiros, em colaboração com a Defesa Civil e a prefeitura, está intensificando os esforços de apoio aos locais afetados, focando não apenas na resposta imediata, mas também na prevenção de incidentes e na segurança das famílias. O comandante do Corpo de Bombeiros, Josadac Cavalcante, conta que os bombeiros já estão realizando um trabalho de prevenção e preparação muito antes dos rios atingirem esse nível, por meio dos planos de contingência. “Hoje já começamos a montar toda a estrutura para dar suporte a essas famílias”, disse o comandante. Além disso, Josadac Cavalcante alerta para o risco de animais peçonhentos e reitera a importância da vigilância, especialmente em relação às crianças.
