Era dia 15 de dezembro de 2017 quando o Palmeiras anunciou a contratação de Weverton. Da desconfiança e até críticas daquele momento, o goleiro cresceu dentro do clube e hoje, na disputa por mais um título como titular e referência da equipe, vive com status de unanimidade no Verdão.
Antes de ser considerado o melhor goleiro do país e um ídolo da torcida palmeirense, Weverton teve de enfrentar a corneta de alguns torcedores e a reserva nos primeiros meses de clube.
Com Roger Machado, o atleta chegou como terceira opção para a posição, que tinha a concorrência de Fernando Prass e Jailson. A sequência como titular só teve início em julho de 2018. Desde então, evoluiu e não saiu mais da equipe.
Neste domingo, Weverton, que já fez 174 jogos com a camisa palmeirense, vive a expectativa de conquistar seu quinto título pelo clube. Contra o São Paulo, às 16h, no Morumbi, o Verdão joga valendo o bicampeonato estadual e precisa de uma simples vitória após empatar a ida em 0 a 0. Novo empate leva a decisão para os pênaltis.
Com contrato até o fim de 2024, o goleiro já venceu o Brasileirão em 2018, e o Paulistão, Libertadores e Copa do Brasil na temporada de 2020.
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Investimento inicial motivou críticas
O Palmeiras encaminhou o acerto com Weverton no fim de 2017, quando fazia a transição entre Alberto Valentim e Roger Machado no comando técnico. Alexandre Mattos, então diretor de futebol, foi quem costurou o negócio e já o monitorava havia mais de um ano.
O primeiro contato entre eles aconteceu em setembro de 2016, em Manaus, onde a seleção brasileira enfrentou a Colômbia, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo. O dirigente foi no avião do ex-presidente Paulo Nobre buscar o convocado Gabriel Jesus para jogar o clássico contra o São Paulo, na noite seguinte, pelo Brasileirão.
Weverton no treino da seleção brasileira em Melbourne — Foto: Pedro Martins/MoWa Press
Weverton também estava naquela convocação, e os dois chegaram a dividir uma van na cidade. O diretor brincou que iria contratá-lo em algum momento. A relação foi se tornando mais próxima ao longo dos meses, e a negociação esquentou, a ponto de o estafe do goleiro comunicar a Alexandre Mattos que o Athletico-PR estava negociando o arqueiro com o Al-Ittihad, da Arábia Saudita.
Diante do risco de perdê-lo e para ter o goleiro à disposição da comissão técnica na pré-temporada, Alexandre Mattos aceitou desembolsar R$ 2 milhões ao Athletico-PR. O valor pago pela contratação de Weverton, na época com 30 anos, motivou reclamações de alguns torcedores e conselheiros do Palmeiras.
Mesmo com Prass e Jailson, o clube abriu mão de ter o atleta de graça em junho e decidiu pelo investimento com objetivo de antecipar a preparação a adaptação ao elenco.
No Verdão, o pagamento, feito em dez parcelas, antes era motivo de algumas críticas, mas hoje é considerado como irrisório perto do que Weverton virou para a equipe.
Em ótima fase, o goleiro é considerado um dos melhores da posição no futebol brasileiro e nome certo nas convocações de Tite para a Seleção. No Palmeiras, é uma referência aos mais jovens e tem postura elogiada pela comissão técnica.
Depois de admitir em entrevista que não conhecia o atleta até sua chegada ao clube, em novembro do ano passado, Abel Ferreira vê em Weverton um dos seus líderes dentro do elenco. O atleta é apontado como uma liderança positiva pelo destaque técnico e também pela postura fora de campo.O Weverton é um líder. Posso traduzir ele desta forma. Um cara que sempre tenta deixar todo mundo para cima, tenta apoiar os companheiros e incentivar o grupo. É uma das grandes vozes no vestiário do Palmeiras— Rogério Godoy, preparador de goleiros do Palmeiras
Os goleiros Weverton, Vinicius e Jailson com os preparadores Rogério Godoy e Thales Damasceno — Foto: Cesar Greco
O que o Palmeiras viu em Weverton?
O planejamento ainda na gestão de Alexandre Mattos previa a busca por uma nova alternativa para os últimos anos das carreiras de Fernando Prass e Jailson.
Campeão olímpico com a Seleção em 2016, quando substituiu o lesionado Fernando Prass na lista, Weverton chamou a atenção do Verdão pela qualidade no jogo com os pés, pela intensidade durante os jogos e também pela segurança nas saídas do gol.
Weverton tem jogado cada vez mais com os pés no Palmeiras — Foto: Cesar Greco
A chegada ao Verdão, porém, colocou o atleta em uma nova rotina de treinamentos e o adequou a novos índices físicos. O goleiro é considerado como um dos que mais utilizam a estrutura de preparação que o clube oferece, principalmente nos trabalhos antes dos jogos.
– O Weverton é um profissional extremamente dedicado e trabalhador. Um dos primeiros a chegar e um dos últimos a sair do clube todos os dias. Sempre procura fazer seu trabalho da melhor maneira possível e tem alto nível de exigência consigo. Não é à toa que tem obtido os resultados. O dia a dia dele é muito forte, em relação aos treinamentos – contou Rogério Godoy.
Por: GE