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Curso do IBAMA forma brigadistas para o combate a incêndios no Juruá durante período de estiagem

Redação Juruá Online

Na manhã desta quinta-feira, 10, um curso preparatório para brigadistas foi realizado em Cruzeiro do Sul. A capacitação é promovida pelo IBAMA por meio do programa PrevFogo, com o objetivo de preparar agentes para atuação durante o período de estiagem, que se aproxima na região. Ao todo, 30 participantes foram selecionados para o treinamento, dos quais 15 serão efetivamente contratados para atuar nos combates aos incêndios florestais.

Diogo Selhorst, coordenador estadual do PrevFogo no Acre, explicou que a formação é estratégica diante da iminência da seca. “Exatamente, estamos nos aproximando do período de estiagem e a brigada será contratada. Nós estamos no período de formação ainda dos brigadistas, mas a partir de 1º de junho já estaremos com 15 brigadistas formados, contratados e prontos pra atuar em ocorrências de incêndios florestais aqui na região do Juruá.”

Segundo Diogo, o processo seletivo visa tanto a formação quanto a criação de um cadastro de reserva. “Nessa fase da seleção, nós temos 30 alunos participando, que serão formados como brigadistas, e desses 30 serão selecionados 15 para a contratação, e os outros 15 ficarão de cadastro de reserva.”

As atividades práticas já estão em andamento. “Já tivemos algumas outras atividades práticas de manuseio e uso de ferramentas e equipamentos, a parte teórica, e hoje a gente vai fazer uma parte prática aqui em campo. Já fizemos logo cedo a prática de deslocamento com ferramentas e equipamentos e agora a gente vai fazer prática de abertura de linhas, construção de aceiros e outras noções de acampamento.”

Os brigadistas atuarão em áreas federais, como terras indígenas e assentamentos, em cooperação com outras instituições de resposta, como Corpo de Bombeiros e ICMBio. “Os brigadistas serão, como o Corpo de Bombeiros também é, uma instituição de resposta. Então estaremos prontos para dar resposta aos incêndios florestais e em cooperação com as outras instituições também de resposta.”

Entre os participantes do curso está Antônio José, morador de Cruzeiro do Sul, que ressaltou a relevância do conhecimento adquirido. “Isso é uma importância, é muito aprendizado, né? A gente que tem esse contato com a zona rural aqui no nosso município, a gente aprende novas técnicas, assim como de segurança, como prevenção de incêndios. Tá sendo de grande importância o aprendizado.”

Antônio também destacou que os ensinamentos ultrapassam os limites do curso e podem ser aplicados no cotidiano das comunidades. “Independente de ser contratado ou não, que vai ficar alguns que não vão ser contratados, a gente vai poder estar exercendo onde quer que esteja. A gente sempre vai estar com esse espírito de prevenção, de combate a incêndios.”

Para Shirli Lima, também natural de Cruzeiro do Sul, a capacitação representa não só aprendizado, mas um marco na participação feminina nas brigadas. “As técnicas são muito importantes, a área da segurança, a prevenção no combate, porque se a gente fizer uma boa prevenção, não vai ser preciso usar o combate. Isso é um fundamento importante para nós. Embora seja difícil para mulheres participarem, para mim é um orgulho estar aqui.”

Shirli Lima

Mesmo que não seja contratada, Shirli valoriza a experiência adquirida. “Embora de ser contratada ou não, a gente sai com a experiência, com o aprendizado e atua. No dia que for preciso, a gente está preparado para uma atuação. Ter a experiência é perfeito.”

O instrutor de formação de brigadas, Rosivaldo Cares, supervisor do estado da Bahia, trouxe para o Acre sua vivência no combate a incêndios em outros biomas. “Essa importância de trazer conhecimento de outras localidades, porque isso é muito diverso, tem lugares com biomas diferentes daqui. Essa ideia de trazer de outros lugares essa realidade ajuda na formação da brigada, para que elas tenham um conhecimento mais diverso.”

Rosivaldo frisou a importância do domínio técnico para uma atuação segura e eficaz. “A gente ensina desde o início qual que é a técnica, desde a parte teórica, deles entenderem o funcionamento do triângulo do fogo, a atuação do abafador quando chega no local. Na prática eles veem a funcionalidade da ferramenta.”

Além da prática, os brigadistas aprendem a escolher a melhor estratégia em campo. “Desde a parte de prevenção, mas também as técnicas de combate, desde o combate direto, o combate indireto. A gente passa as técnicas para que eles avaliem qual é a melhor a ser executada no local.”

O contrato emergencial dos brigadistas terá duração de seis meses, cobrindo o período mais crítico para ocorrências de queimadas. A expectativa é que, com a atuação rápida e eficiente das brigadas, o número de focos de calor possa ser controlado e reduzido significativamente na região.

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