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Cruzeiro do Sul Discute Nova Lei que Beneficia Filhos Separados por Isolamento Compulsório de Hanseníase

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Redação Juruá Online

Nesta quarta-feira, 7, o auditório da Escola Flodoardo Cabral, em Cruzeiro do Sul, foi palco de uma importante roda de explicações sobre o Projeto Morhan. O evento foi organizado para esclarecer a nova lei que beneficia pessoas que sofreram isolamento compulsório devido à hanseníase, abordando especialmente a situação dos filhos separados.

Thiago Flores explicou que a Lei 11.520 abrange dois grupos principais no Acre: os filhos separados devido à hanseníase e as pessoas isoladas em seringais e domicílios, uma característica específica do Acre e Amazonas. Ele destacou a importância do bate-papo para informar esses grupos sobre seus novos direitos à pensão especial de hanseníase.

“A primeira coisa é ter sido filho de pai ou mãe que tenha sido isolado pela política de isolamento compulsório da hanseníase. Esse é o primeiro requisito. Depois, esse filho separado precisa comprovar que houve a separação familiar”, afirmou Thiago.

A pensão especial é vitalícia e não pode ser transferida para familiares, sendo concedida exclusivamente à pessoa que sofreu o isolamento. O valor será de R$ 2.012,00, conforme negociações com o governo federal.

Elson Dias, coordenador estadual do Morhan, ressaltou a importância da assessoria jurídica do Morhan Nacional na orientação sobre o projeto dos filhos separados. Ele informou que, no Acre, cerca de 1.500 pessoas foram separadas dos pais, com um grupo significativo na região do Juruá devido aos seringais e educandários.

“A regulamentação da lei pode sair entre agosto e setembro, definindo a documentação necessária. O Morhan acompanhará cada passo, auxiliando no requerimento e na comunicação com Brasília, para que todos recebam seus direitos,” declarou Elson.

Helena Farias Martins, de 74 anos, compartilhou sua experiência como filha separada. Ela contou sobre os anos vividos longe da família e a difícil rotina no educandário:

“Nós ficávamos separados dos pais, mesmo nas visitas, com uma distância enorme entre nós. Muitas vezes minha mãe saía chorando e eu queria segurar sua mão, mas não podia. Vivi muitos anos no educandário, saí de lá aos 18 ou 19 anos. É muito justo que essa reparação aconteça, pois passamos por muita coisa longe do carinho dos nossos pais,” relatou Helena.

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