Redação Juruá Online
O Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, continua enfrentando uma situação crítica devido ao baixo nível de suas águas, agravando a crise hídrica em diversas comunidades ribeirinhas e rurais. De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, José Lima, a média atual do rio está em 4,45 metros, mesma medida registrada no ano de 2023. No entanto, essa média é calculada em um ponto mais fundo, próximo à ponte, o que não reflete a real condição de outras partes do rio, onde a profundidade chega a apenas um metro.
“Próximo ano a gente vai ter que mudar o local da régua porque os quatro metros e quarenta e cinco centímetros é no lugar da ponte, é um lugar fundo ali. Então não dá parâmetro para o restante do rio onde temos lugar com um metro de fundura como eu venho sempre falando ali no final do bairro Miritizal”, disse o coordenador.
A estabilização do nível do rio, que não deve baixar significativamente nos próximos meses, preocupa a Defesa Civil, uma vez que a seca prolongada dificulta a navegação e o tráfego dos ribeirinhos. “Quando o rio baixa, aparecem troncos de árvores e bancos de areia, o que se torna extremamente perigoso”, alertou o coordenador.
Mesmo com a chegada de chuvas pontuais e localizadas, a expectativa é que a estiagem se prolongue até o fim de outubro, período em que, em condições normais, as chuvas já estariam mais frequentes. Enquanto isso, a situação de emergência hídrica permanece, com a Prefeitura de Cruzeiro do Sul distribuindo água para diversas comunidades afetadas.
“Estamos distribuindo água em toda a extensão da BR-364 e nos ramais. Mais de quatro mil famílias estão sem água, inclusive aquelas que moram em áreas de risco, como as comunidades de Liberdade, Lagoinha e Gregório. Todos estão enfrentando dificuldades com o baixo nível do rio”, destacou Lima.
Além da escassez de água no rio, a situação dos poços artesianos também é preocupante. A maior parte da cidade é abastecida por esses poços, que começam a apresentar redução no nível de água. A Defesa Civil faz um alerta à população para que economize água e evite desperdícios. “Se você desperdiça hoje, pode faltar para você amanhã”, afirmou.
O trabalho de distribuição de água vem sendo realizado diariamente, inclusive aos finais de semana, para tentar minimizar os impactos da crise hídrica que assola o município e, principalmente, as áreas mais isoladas.