Redação Juruá Online
A alguns dias, o Acre enfrenta uma grave crise hídrica que afeta a saúde da população e a produção rural, mobilizando a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Força Nacional do SUS em Cruzeiro do Sul. A equipe da OMS, liderada por Marco Horta, coordenador da Sala Nacional de Emergências Climáticas do Ministério da Saúde, chegou ao estado para avaliar a situação crítica, especialmente nas comunidades ribeirinhas e indígenas, que estão com o acesso fluvial comprometido.
A missão inicial consiste em um diagnóstico que inclui visitas a localidades afetadas e diálogos com autoridades de saúde. Horta destacou que muitas comunidades enfrentam desassistência devido à inacessibilidade, uma situação que foi comprovada pela impossibilidade de visita a uma aldeia em Marechal Taumaturgo devido à baixa visibilidade provocada pela fumaça.
O secretário de Saúde de Cruzeiro do Sul, Neto Costa, informa que o município se prepara para um agravamento da situação, implementando planos de contingência. Apesar da atual tranquilidade em relação a síndromes gripais, Costa enfatiza a necessidade de apoio federal para garantir a oferta de médicos e medicamentos, prevendo um aumento da demanda em casos de doenças aquosas e respiratórias.
Além da saúde, a seca impacta severamente a agricultura local, com plantações de café e farinha sendo severamente comprometidas. O secretário municipal de Saúde, Eutimar de Souza, destaca que a falta de água impede os produtores de garantir suas colheitas e, consequentemente, a alimentação das famílias.
A Defesa Civil também enfrenta desafios, com a escassez de caminhões-pipa dificultando a distribuição de água. O coordenador da Defesa Civil, José Lima, alerta sobre a necessidade urgente de recursos para atender a demanda crescente por água potável nas regiões afetadas.
Por fim, a coordenadora regional de Saúde, Diane Carvalho, chama a atenção para a qualidade do ar prejudicada pela fumaça, alertando que, apesar da falta de aumento dos casos de internações, a situação pode se agravar. A orientação à população é evitar queimadas, que podem se transformar em incêndios de grandes proporções.
A crise hídrica no Acre, portanto, representa um problema multifacetado que demanda atenção imediata das autoridades e ações efetivas de socorro às comunidades mais vulneráveis.