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Covid: OMS deixa de recomendar dois anticorpos monoclonais por ineficácia contra Ômicron, ambos aprovados no Brasil

Em março deste ano, a agência chegou a suspender o casirivimabe-imdevimabe após solicitar dados às farmacêuticas Regeneron e Roche sobre a eficácia do tratamento para combater a variante Ômicron. Inicialmente de forma temporária, a decisão se mantém até hoje. Já o sotrovimabe, da GSK, segue com o aval.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que dois tratamentos com anticorpos monoclonais contra a Covid-19 não sejam mais utilizados após a constatação de uma ineficácia diante das subvariantes da Ômicron atualmente em circulação.

Na versão atualizada do guia de tratamentos anticovid, publicado nesta sexta-feira no periódico British Medical Journal (BMJ), os especialistas da organização “recomendam fortemente” que não sejam usados o sotrovimabe e o coquetel casirivimabe-imdevimabe (Regn-CoV2).

No Brasil, ambas as terapias receberam o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2021, porém são pouco utilizadas devido aos altos preços e a não incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) – ou seja, estão disponíveis apenas na rede privada.

Em março deste ano, a agência chegou a suspender o casirivimabe-imdevimabe após solicitar dados às farmacêuticas Regeneron e Roche sobre a eficácia do tratamento para combater a variante Ômicron. Inicialmente de forma temporária, a decisão se mantém até hoje. Já o sotrovimabe, da GSK, segue com o aval.

Até então, a OMS recomendava, com prudência, o uso de ambos os anticorpos em pacientes afetados por uma forma branda da doença, mas com riscos elevados de desfechos mais graves. No entanto, com a chegada da variante Ômicron, no final de 2021, a utilidade das terapias passou a ser investigada. Isso porque a cepa apresenta maior capacidade de escapar da proteção imunológica, um dos fatores que aumenta a necessidade das doses de reforço das vacinas, por exemplo.

Os especialistas da OMS, com base em vários estudos in vitro, ou seja, feitos em laboratório, estimaram que os tratamentos são provavelmente ineficazes frente às variantes em circulação – hoje predominantemente as sublinhagens BA.4 e BA.5 da Ômicron.

Outros tratamentos da Covid-19

Eles atualizaram também as recomendações sobre outros medicamentos, principalmente o remdesivir, do laboratório Gilead. Esse remédio, que a OMS não recomendava até agora exceto em caso de formas brandas da Covid-19, poderá ser considerado em alguns casos moderados a graves com base nos novos estudos.

As novas orientações em relação ao remdesivir são baseadas nos resultados de cinco ensaios clínicos randomizados envolvendo cerca de 7,6 mil pacientes que utilizaram o medicamento.

No entanto, nos casos chamados de “críticos”, quanto atingem o grau mais alto de gravidade e precisam de suporte respiratório, por exemplo, as pesquisas não demonstraram um benefício do remdesivir e, por isso, os especialistas não o aconselham para essas situações.

A atualização da OMS também diz respeito a três medicamentos usados ​​para tratamento da artrite – os bloqueadores dos receptores de IL-6 tocilizumabe ou sarilumabe; o inibidor de JAK baricitinibe e os corticosteroides –, que agora podem ser utilizados combinados em pacientes com Covid-19 grave ou “crítica”.

Para casos leves com maior risco para a doença, além do remdesivir, anteriormente a OMS já havia feito uma forte recomendação do uso do nirmatrelvir e ritonavir, também conhecido como Paxlovid – o antiviral para a Covid-19 desenvolvido pela Pfizer. Além disso, também orienta o molnupiravir. Ambos os remédios têm o aval da Anvisa.

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) chegou a decidir pela incorporação do Paxlovid no SUS, porém o medicamento ainda não está disponível na rede pública.

Nas orientações da OMS, os especialistas reforçam ainda que a ivermectina e hidroxicloroquina não têm eficácia para tratamento da Covid-19, independentemente do caso.

Com informações O Globo

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