Começa neste domingo (6) a cúpula internacional do clima COP27, em Sharm el-Sheikh, no Egito. Devem estar presentes mais de 30 mil delegados, de cerca de 200 países.
A reunião acontece no Centro Internacional de Convenções da cidade até o dia 18 de novembro. O objetivo é discutir detalhes sobre como desacelerar as mudanças climáticas e ajudar países que já sentem seus impactos.
A COP27 é a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Ela reúne representantes oficiais de governos e da sociedade civil.
As COPs são as maiores e mais importantes conferências anuais relacionadas ao clima.
A primeira delas aconteceu em 1994, após 197 países assinarem um tratado se comprometendo a estabilizar as concentrações de gases do efeito estufa. O tratado foi assinado na conferência ECO-92, que aconteceu no Rio de Janeiro, organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A participação de Lula
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), confirmou a ida do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à cúpula climática. Com a ida, Lula pretende recuperar o protagonismo do Brasil frente à comunidade internacional.
Segundo Gleisi, o presidente eleito integrará a comitiva do Consórcio Amazônia Legal, coordenado pelo governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), que fez o convite a Lula.
No dia 31 de outubro, o governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB), havia publicado em seu Twitter sobre o convite. “Estamos trabalhando muito pela regulamentação da economia de baixo carbono e Lula seria um reforço fundamental nesta luta para conjugar desenvolvimento econômico com sustentabilidade”, escreveu Barbalho.
Em seu discurso de vitória após a divulgação do resultado do segundo turno da eleição de 2022, Lula abordou a temática do meio ambiente.
“Estamos abertos à cooperação internacional para preservar a Amazônia, seja em forma de investimento ou pesquisa científica. Mas sempre sob a liderança do Brasil, sem jamais renunciarmos à nossa soberania”, disse.
Ao longo de toda a campanha, o candidato do PT à Presidência falou por diversas vezes sobre a necessidade de, sem abrir mão de sua soberania, “explorar a Amazônia de maneira sustentável”, defendendo o diálogo com outros países.
COP26 culminou no Pacto do Clima de Glasgow
A COP26, que aconteceu em 2021, culminou no Pacto do Clima de Glasgow, com a meta de conter o aquecimento global a 1,5 º C.
O encontro também marcou os cinco anos do Acordo de Paris e finalizou os detalhes para sua implementação prática.
Ainda durante a COP26, os países concordaram em entregar compromissos mais ambiciosos em 2022, incluindo planos nacionais atualizados e detalhados.
O que esperar da COP27
De acordo com a ONU, a determinação do planeta em combater o aquecimento global deve ser posta em xeque, à medida que acontecem inundações no Paquistão, África do Sul e Nigéria, ondas de calor são registradas no Ártico e em toda a Europa e secas recordes acontecem no oeste dos Estados Unidos e na França.
Um relatório da ONU divulgado em outubro mostrou que a maioria dos países está atrasada em seus compromissos existentes de reduzir a produção de carbono, com as emissões globais de gases de efeito estufa a caminho de aumentar 10,6% até 2030 em comparação com os níveis de 2010.
Apenas 24 dos quase 200 países participantes das negociações da COP27 apresentaram planos de redução de emissões novos ou atualizados desde a conferência climática da ONU do ano passado em Glasgow, na Escócia. Na ocasião, todos se comprometeram a fazê-lo, de acordo com a agência climática da ONU.
De acordo com a coordenação, a COP27 será sobre “sair das negociações e planejar a implementação” de todas as promessas feitas.
Nesse contexto, grande parte dos países está lidando com as consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, além dos preços crescentes dos alimentos e combustíveis, juntamente com a desaceleração do crescimento econômico.
Como apontou a agência Reuters, a tensão nas relações este ano entre os principais emissores de gases de efeito estufa, China e Estados Unidos, preocupa especialistas em relação às expectativas para a conferência.
Os dois países, que já disputavam protagonismo mundial, viram a guerra na Ucrânia e a pandemia acelerarem a rivalidade entre chineses e americanos. As sanções internacionais à Rússia fizeram Moscou se aproximar de Pequim, e a China reduziu sua dependência do Ocidente.
De acordo com a Reuters, o gás natural também pode ser destaque na COP, dada a sua importância para o continente anfitrião, o Egito. Os países africanos ricos em petróleo argumentam que têm o direito de desenvolver seus recursos, especialmente porque a Europa busca novos fornecedores para substituir a Rússia.
Com informações CNN.