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Conflito na Ucrânia pode derrubar preço da castanha no Acre

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Via-Ac 24 Horas

Não é novidade que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia deixou o agronegócio brasileiro em alerta devido ao impacto que o conflito pode causar no mercado internacional. Isso pelo simples fato de o país de Vladimir Putin ser um dos que mais exportam para o Brasil, de maneira especial os fertilizantes, insumo indispensável para a agricultura.

Mas há uma outra preocupação que, inclusive, diz respeito a um segmento da economia acreana. Por conta das sanções econômicas que a Rússia está sofrendo, principalmente a exclusão do país do maior sistema bancário mundial, o Swift, os exportadores brasileiros podem enfrentar problemas para receber pelos produtos vendidos ao exterior.

No caso do Acre, a preocupação diz respeito a um dos principais produtos da economia agroextrativista que tem a Rússia como um grande comprador: a castanha. De acordo com o presidente da Cooperativa Central de Comercialização Agroextrativista do Acre, a Cooperacre, Manoel Monteiro, os russos compram muita castanha do Brasil, da Bolívia e do Peru.

Monteiro diz que se por conta da guerra ou por outro motivo os russos não comprarem a castanha que vinham comprando, o preço do produto pode cair no estado. “A Rússia é um país que compra muita castanha do Brasil, Bolívia e Peru. Se não comprarem a castanha que consumiam, isso pode encharcar outros mercados e derrubar preço”, explicou.

O gerente da Cooperacre explicou que a empresa não fechou contratos com a Rússia neste ano, mas disse que outros fornecedores o fizeram. “Em 2020, vendemos para Rússia e ano passado creio que também tenhamos vendido. Este ano, não fechamos nenhum negócio com clientes russos, mas outras beneficiadoras e distribuidores creio que fecharam”, acrescentou.

Ainda de acordo com a direção da Cooperacre, o Acre tem uma safra de porte médio neste ano. De acordo com o presidente da Cooperativa Agroextrativista de Xapuri (Cooperxapuri), Sebastião Aquino, a expectativa de produção do estado nesta safra gira em torno de 1 milhão de latas (unidade de medida de venda da castanha in natura que corresponde a 11 quilogramas).

“A previsão é de que seja uma safra de média a grande, o que significa cerca de 1 milhão de latas em todo o estado. Em Xapuri, a estimativa é de que a produção atinja entre 150 e 200 mil latas, fazendo circular cerca de R$ 10 milhões no município, em razão do bom preço com que a safra começou”, disse Aquino em conversa com o ac24horas ainda no mês de janeiro.

A castanha iniciou 2022 com preço em alta no Acre, com a lata sendo vendida a cerca de R$ 70. Isso se deveu a uma corrida de empresas de fora do estado pela compra da castanha, principalmente do Peru, que não haviam conseguido cumprir com os contratos de exportação referentes à produção passada, o que ocasionou uma maior concorrência pelo produto.

As expectativas eram de que o preço da castanha nesse ano pudesse melhorar ainda mais. Porém, como no agronegócio brasileiro de maneira geral, o mercado da amêndoa amazônica também estará em alerta nos momentos seguintes da crise bélica em andamento na Europa em razão do impacto que o conflito armado vai causar no mercado internacional.

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