O Complexo Industrial do Café em Mâncio Lima deu início aos testes de seu maquinário, marcando uma etapa importante no avanço da produção cafeeira da região do Juruá. O funcionamento dos equipamentos ocorre em meio à colheita da primeira safra do ano e antecede a inauguração, prevista para o final de maio.

O projeto é coordenado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que integra o programa Café Amazônia Sustentável, com o objetivo de implantar um modelo cooperativista sustentável de beneficiamento do café local. Para Perpétua Almeida, diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, a iniciativa é fundamental para fortalecer a economia familiar e a qualidade do café produzido no Acre.

“Esse complexo beneficiará milhares de famílias que vivem da economia familiar, melhorando renda e impulsionando o cooperativismo. Queremos que um café de alta qualidade chegue à mesa dos acrianos, do Brasil e do mundo”, afirmou Almeida.

O presidente da Cooperativa de Produtores de Café (CPE Café) no Juruá, Jonas Lima, comemorou o avanço, destacando que o espaço atenderá inicialmente 172 produtores da região. “É uma grande conquista, especialmente para nós do Norte, que enfrentamos dificuldades para industrializar nossa produção. Isso vai transformar a economia local,” destacou.

Eduardo Tosta, especialista da ABDI, explicou que as máquinas testadas processam até 120 sacas de café por hora, incluindo etapas de secagem lenta, descasca e seleção dos grãos. A região conta com cerca de 100 milhões de pés de café cultivados por pequenos e médios produtores cooperados.

O produtor Orleilsson de Souza, da comunidade Belo Monte, acompanha os testes e reforça a expectativa dos agricultores locais: “Esperamos que esse complexo atenda toda nossa demanda, promovendo um café de qualidade e fortalecendo a cadeia produtiva.”

A concretização do complexo é fruto da articulação da ex-deputada e atual presidente da ABDI, Perpétua Almeida, em parceria com a cooperativa local. A iniciativa representa um importante passo para o desenvolvimento sustentável e econômico do Acre, evidenciando que investimentos em infraestrutura agrícola são essenciais para o crescimento regional.

Este projeto é considerado um modelo a ser seguido, provando que o desenvolvimento nasce da geração de trabalho, renda e capacidade produtiva, e não apenas de benefícios assistenciais. A expectativa é que o complexo acelerará a produção, comercialização e até a exportação do café da região, fortalecendo o agronegócio no Acre.