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Como o mundo se dividiu nas eleições brasileiras

No mundo, também há uma clara divisão. Nas dez maiores zonas eleitorais fora do país, cada um venceu em 5.

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Apesar do histórico alto índice de abstenção (56%), nunca houve tantos eleitores brasileiros votando no exterior. Foram 301.509 mil, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, até a tarde desta 2ª feira (3.out), ainda não tinha contabilizado os votos de 0,85% das seções.

Assim como no Brasil, os eleitores do exterior, que só podem votar pra presidente, também não deram maioria pra nenhum dos dois principais candidatos. Luiz Inácio Lula da Silva teve 47,13% (137.643 votos) e Jair Bolsonaro, 41,63% (121.591 votos). No total, Lula venceu em 85 zonas eleitorais e perdeu em 52.

No mundo, também há uma clara divisão. Nas dez maiores zonas eleitorais fora do país, cada um venceu em 5. Lula ganhou em todas as cidades europeias deste grupo: Lisboa, Londres, Porto, Paris e Milão. Bolsonaro ficou com as cidades do Japão e dos Estados Unidos: Miami, Boston, Nagóia, Tóquio e Nova York.

Se nos Estados Unidos e no Japão, há uma preferência por Jair Bolsonaro, na África, Luiz Inácio Lula da Silva ganhou em 13 das 17 zonas eleitorais. Na Europa, o candidato do PT venceu em todas, exceto em Atenas. Na capital grega, o candidato à reeleição teve 46,9% dos votos (205), contra 37,5% (164) do petista.

EUA

Os Estados Unidos têm o maior número de eleitores brasileiros no exterior e também o maior número de zonas eleitorais. Bolsonaro ganhou em 6 (Nova York, Miami, Houston, Hartford, Atlanta e Boston). Lula foi mais votado em 4 (São Francisco, Los Angeles, Chicago e Washington).

PORTUGAL 

O segundo país com mais eleitores brasileiros é Portugal. Lisboa tornou-se inclusive a maior zona eleitoral do exterior nestas eleições. O candidato do PT ganhou na capital portuguesa (61,5%) com 11.958 votos, na cidade do Porto, onde teve 8.703 votos (60,5%) e também no Faro com 873 votos (49,1%).

JAPÃO

O Japão é o terceiro país com mais expatriados aptos a votar. Em todas as 3 zonas eleitorais do país, Bolsonaro ganhou. Em Tóquio, teve 66,9% (1.966 votos), em Hammamatsu, 75,3% (4.220 votos) e Nagóia, 75,4% (10.684 votos).

EUROPA À ESQUERDA

A onda Lula na Europa foi forte o suficiente pra reverter um cenário que foi amplamente favorável a Bolsonaro nas últimas eleições. É o caso de Londres, o quinto maior colégio eleitoral no exterior, com quase 35 mil eleitores. Na capital britânica, o petista teve 55,1% dos votos (8.165), contra 34,9% de Bolsonaro (5.170).

Em Amsterdã, Barcelona, Berlim, Copenhague, Dublin, Paris e Talin, Lula teve mais de 70% dos votos. Na Hungria, onde o ultradireitista Viktor Orbán declarou apoio a Bolsonaro, Lula teve a sua maior vitória proporcional no continente, com 80,8%. Teve 491 votos contra 72 de Bolsonaro, que tem o presidente húngaro como principal aliado europeu.

Brasileiros que moram na Oceania tiveram um comportamento parecido com os que moram na Europa. Lula foi o mais bem votado tanto na Austrália (54,3% em Sidney / 2.385 votos e 56% em Camberra / 1.100 votos) quanto na Nova Zelândia (72,9% em Wellington / 329 votos).

AMÉRICA LATINA À DIREITA

Na América Latina e no Caribe, Jair Bolsonaro ganhou em 21 zonas eleitorais, incluindo as 4 do Paraguai (Assunção, Encarnación, Pedro Jua Caballero e Salto del Guairá). O atual presidente também bateu Lula entre os eleitores brasileiros que vivem em países com governos de esquerda, como na Bolívia, onde teve mais votos tanto em La Paz (55,6% / 115 votos), quanto em Santa Cruz de La Sierra (79,8% / 1.014 votos).

Lula teve ampla vantagem em Cuba (90,3% / 28 votos). Em Havana, Bolsonaro teve um único voto. O petista ganhou em capitais como Buenos Aires (64,6% – 4.406 votos), Bogotá (52,8% – 365 votos), Santiago (44,8% – 869 votos) e México (44,2% – 614 votos) e perdeu na maior parte das zonas eleitorais da América Central e Caribe, como Haiti, República Dominicana, Costa Rica, El Salvador e Guatemala.

ISLÃ RICO X ISLÃ POBRE

No mundo islâmico, Bolsonaro ganhou entre os brasileiros que moram em países mais ricos. Teve 48,5% nos Emirados Árabes (464 votos), 57,8% no Barein (22 votos), 53,3% no Catar (192 votos), 62,7% no Kwait (27 votos) e 60,9% em Omã (25 votos). A Arábia Saudita foi uma exceção. Lula teve 48,1% (26 votos).

O petista também ganhou nas zonas eleitorais da Jordânia (61,2% / 338 votos), Líbano (56,1% / 1601 votos), Turquia (57,1% / 72 votos em Istambul e 70,3% / 19 votos na capital Ancara), Marrocos (64,1% / 34 votos), Egito (60% / 42 votos) e Palestina (84,8% / 592 votos). Na Indonésia, maior país muçulmano do mundo, Bolsonaro teve 60% (30 votos).

CATARATAS X PARAÍSO BUDISTA

A maior vitória proporcional de Lula foi na cidade argentina de Puerto Iguazu, que fica na tríplice fronteira que inclui Brasil e Paraguai e a menos de 20 quilômetros das famosas cataratas do rio Iguaçu. Todos os únicos 4 votos da sessão foram para o petista, o que lhe deu 100% em uma das menores zonas eleitorais no exterior.

Já o maior índice proporcional de Jair Bolsonaro foi de 93,3% em Katmandu, graças aos 14 votos que teve na capital do Nepal. A cidade fica no Himalaia e é repleta de templos hindus e budistas.

Em números absolutos, a maior vitória de Bolsonaro foi em Miami, com 11.277 votos (74,3%). Lula teve o maior número de votos em Lisboa: 11.958 (61,5%).

Com informações SBT News

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