A redução do nível do Rio Juruá tem provocado mudanças na navegação em municípios do interior, levando proprietários de embarcações a substituírem temporariamente as lanchas de grande porte por rabetões, considerados mais seguros neste período. Apesar da alteração, o transporte de passageiros segue funcionando sem interrupção.

Segundo o empresário Nilson Pereira da Silva, proprietário da Lancha Silva, a decisão é motivada principalmente pela segurança dos clientes. “No momento a gente está tirando as lanchas porque o rio não está dando para navegar com as lanchas grandes, mas o rabetão vai continuar. Pelo menos a minha empresa vai subir amanhã com o rabetão com os meus clientes. Eu não deixo meus clientes na mão”, afirmou.
Nilson explicou que, mesmo com a dificuldade atual, há expectativa de melhora nas condições do rio nos próximos dias. “Se voltar água, que eu acho que volta, porque lá em Restauração e no Breu eu converso com uns amigos meus e já está enchendo o rio. A outra semana, se Deus quiser, a gente já está navegando com as lanchas grandes de novo”, disse.
De acordo com o empresário, a troca de embarcação garante a continuidade do serviço e evita riscos desnecessários. “Não vai ter interrupção total, apenas a mudança das embarcações. A gente não pode parar. O nosso trabalho é esse, é continuar”, destacou.
Sobre os perigos da navegação com o rio baixo, Nilson foi enfático. “Do jeito que o rio está abaixo, botar uma lancha dessa é um perigo total com os clientes dentro. Se der uma batida em um banco de areia, não fica ninguém no banco. Essa lancha com motor 300 chega a 82 quilômetros por hora. É como bater um carro no seco, todo mundo voa”, alertou.
Por isso, segundo ele, o rabetão passa a ser a alternativa mais segura. “A gente tira a lancha grande e bota o rabetão, que vai com mais segurança”, explicou.
Mesmo com a mudança, o valor das passagens permanece o mesmo. “Não muda nada. A passagem fica o mesmo preço, o serviço é o mesmo. O que muda é o tempo de chegada”, explicou Nilson. Para garantir que a viagem ocorra durante o dia, os horários também foram ajustados. “A lancha grande saía às sete horas. O rabetão sai às três da manhã para chegar lá de dia”, completou.





