Redação Juruá Online

Apesar de intensas chuvas nos últimos dias, o nível do rio Juruá segue estável em Cruzeiro do Sul. De acordo com ribeirinhos, o inverno tardio é sinônimo de alívio, pois o volume de água está abaixo do esperado para os primeiros dias do ano.

A defesa civil já se prepara para possíveis enchentes e deslocamento das famílias atingidas.

Segundo seu José de Paula, natural de Marechal Thaumaturgo, ele é morador antigo do bairro da Lagoa, sendo um dos poucos que mesmo atingido pela cheia, não sai de sua residência. “Não saio porque penso em deixar minha casa sozinha com receio de alguém pegar minhas coisas, pois só recebo um salário mínimo. Para não sair, chamo ajuda de pessoas para levantar minhas coisas do chão”, relata.

A casa de seu José foi construída com quatro metros de altura, mas a cada cheia, o local está sendo aterrado. Em 2021, foi registrada a maior cheia do Juruá e a água ficou na metade da residência.

Já em 2022, o clima está totalmente atípico, onde o verão foi mais intenso e o inverno demorou para chegar.

Dona Maria disse que tem esperança que esse ano as águas do Jurua não cheguem até sua residência e já tem uma canoa preparada para possíveis alagamentos.

Os moradores mais antigos dizem que os animais que mais aparecem durante a cheia são as formigas e os sapos.

Em fevereiro de 2021, o rio Juruá chegou à marca de 14,31 centímetros, se tornando a maior cheia do vale do Juruá. No mesmo período do ano passado, o nível do manancial chegou a 13,90 ultrapassado a corta de transbordamento.

Nas últimas 24 horas, o Juruá apresentou sinal de vazante mas a previsão é que ganhe força nos próximos dias.

Em cruzeiro do Sul, cerca de 40 famílias continuam em aluguel social, onde a grande maioria teve sua casa danificada durante a última cheia na região.