Comitê Gestor Intersetorial do Programa Busca Ativa Escolar 2021 identifica, insere na plataforma do programa e acompanha por um ano crianças que se evadiram ou em risco de evasão escolar.
A Secretaria de Educação de Rio Branco (Seme) implantou um comitê para identificar, buscar e manter crianças e adolescentes que estão evadidos da escola ou em risco de evasão. O Comitê Gestor Intersetorial do Programa Busca Ativa Escolar 2021 trabalha junto aos órgãos e instituições que atendem alunos da capital acreana.
As aulas presenciais foram suspensas no dia 17 de março, na semana em que o Acre confirmou os três primeiros casos de Covid-19. Desde então, os alunos têm acesso ao conteúdo escolar pela internet por videoaulas, pelo rádio com audioaulas, pela televisão e também através do material impresso disponibilizado nas escolas.
Dados do Departamento de Gestão da Rede Escolar, que trabalha com o comitê, mostram que a rede pública de Rio Branco tem atualmente 21.872 alunos matriculados. Desse total, 286 estão evadidos, ou seja, se matricularam, mas não participam das atividades e aulas remotas.
Os números do departamento mostram ainda que, no final de 2020, a Seme tinha 24.514 alunos estudando e sofreu um déficit de 2.642 de estudantes que não renovaram as matrículas em 2021.
Segundo a gerente do departamento, Gervânia Mota, o comitê também vai buscar esse público que não se matriculou em 2021 e procurar manter todos na sala de aula.
“O comitê está elaborando estratégias para que possamos trazer essas crianças para a escola. Precisamos fazer esse chamamento público e dizer para os pais que esse momento pandêmico a qualquer momento pode ser suspenso e para que possa garantir a matrícula do filho precisa ir lá fazer a inscrição”, destacou.
Comitê
A coordenadora municipal do Programa Busca Ativa Escolar (BAE), Nayvanara Ferreira, explicou que o comitê foi criado para fundamentar e legalizar todas as instituições de Rio Branco que trabalham de forma direta ou indireta com crianças e adolescentes, a exemplo do Conselho Tutelar, programas de assistência social, Ministério Público e outros.
O comitê também legaliza o plano de ação que é executado no decorrer do ano letivo para buscar as crianças evadidas. Quando uma criança é identificada fora do colégio, a equipe insere o nome no Programa Busca Ativa Escola, faz a gestão com o motivo da evasão e a criança é acompanhada durante um ano pela rede para garantir não só a rematrícula, mas, sim, a permanência do estudante.
Essa é a primeira vez que a capital acreana tem um comitê que entra em ação para identificar crianças e adolescentes fora da escola ou em risco de evasão.
“Precisamos mobilizar a sociedade de que é muito grave a exclusão escolar, o abandono e a evação como um todo. Precisamos da articulação dos membros desse comitê para resolver dos casos e a divulgação do busca ativa escolar. Quando a gente identificar em uma cidade uma criança que tem dificuldades de ir para a escola, precisa de um atendimento da saúde, da assistência social para ser inserida no Programa Bolsa família ou outro programa e tem que ter esses atendimentos. Vamos fazer uma ação intersetorial”, frisou.
O grupo vai se reunir a cada trimestre para debater as demandas para dar fluxo nos casos. Em situações de urgências, as reuniões vão ocorrer a cada semestre. Nayvanara acrescentou que, em Rio Branco, os fatores da exclusão e evasão escolar são diversos.
“Tem vários motivos, principalmente pela falta de recursos, tem também abusos sexuais, violência, discriminação, preconceito, os pais não estão aceitando a modalidade remota, pensam que é só paea as crianças que têm acesso à internet e não é. Todas as nossas escolas estão ofertando a postila de atividades, que vão conforme a necessidade. O prefeito fez a adesão do programa busca ativa escolar no início do ano, assinou um termo e estamos trabalhando em prol dessas crianças para que não tenham seus direitos retidos”, complementou.
Vagas disponíveis
Ainda conforme dados da Seme, dos mais de 2,6 mil alunos que não renovaram a matrícula em 2021, 1.368 são da pré-escola, que atende alunos de 4 a 5 anos. Logo em seguida parece a creche escolar que possui 773 vagas; o ensino fundamental, do 1º ao 5º ano, com 169 vagas e o Educação para Jovens e Adultos (EJA) com 332 vagas.
“O pré-escola é o mais preocupante, os pais precisam buscar as escolas para fazer as matrículas. Temos esse deficit de 2.642 crianças e precisamos potencializar o chamamento para que busquem a nossa rede para efetuar as inscrições. A meta é coloca todos na escola, o comitê está montando as estratégias para isso”, concluiu Gervânia Mota.
Por G1