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Coluna do Orlando Sabino- Nos últimos 4 anos o emprego público gerou 16 mil vagas e o emprego privado perdeu 3 mil

A renda média total aumentou R$ 112,00, aumento real de 5,2%. Destaque para o crescimento dos salários pagos na indústria (52%), na agropecuária (23,4%) e no comércio (15,3%). No restante dos setores tivemos queda real no rendimentos dos trabalhadores.

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No artigo de hoje, vamos analisar o desempenho do Emprego e da Renda do trabalho no Acre nos últimos 4 anos. A base dos dados é do IBGE, através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral. Vamos comparar os dados referentes ao terceiro trimestre de 2018 com aqueles apurados pela pesquisa no terceiro trimestre de 2022 (últimos dados disponíveis). Assim, será possível saber o comportamento do emprego e da renda dos acreanos nos últimos 4 anos. Antes é importante comparar os dados gerais da força de trabalho no período analisado. O gráfico a seguir destaca os principais indicadores disponibilizados pelo IBGE.

É importante destacar que, no período, aproximadamente 50 mil acreanos atingiram a idade para trabalhar, porém somente mil foram para o mercado de trabalho. Portanto nos últimos 4 anos, temos 49 mil pessoas que mesmo com idade para compor a força de trabalho não o fizeram. Vemos que a força de trabalho praticamente permaneceu a mesma nos últimos 4 anos (359 mil em 2018 e 360 mil em 2022). A taxa de desemprego que era de 13,4% em 2018 caiu para 10% em 2022.

Destacamos a seguir, o comportamento do emprego e da renda em geral e por setores da economia. No final, destacamos alguns aspectos que reputamos como importantes para a análise.

  1. No total, foram gerados 13 mil empregos a mais, um crescimento de 4,1%. A renda média total aumentou R$ 112,00, aumento real de 5,2%.

2. No setor primário, foram gerados 4 mil empregos, um crescimento de 10,5%. A renda média do setor aumentou R$ 305,00, aumento real de 23,4%.

3. Indústria perdeu 11 mil empregos, uma queda de 33,3%. A renda média do setor aumentou R$ 600,00, aumento real de 52,0%.

4. Na Construção foram gerados 1 mil empregos, um crescimento de 5,0%. A renda média do setor caiu R$ 90,00, queda real de -5,5%.

5. O Comércio perdeu 2 mil empregos, uma queda de 3,1%. A renda média do setor cresceu R$ 273,00, aumento real de 15,3%.

6. Nos Serviços em geral (sem os serviços públicos) foram gerados 4 mil empregos, um crescimento de 4,9%. A renda média do setor caiu R$ 78,80, queda real de -4,7%.

7. Nos Serviços Públicos foram gerados 16 mil empregos, um crescimento de 21,3%. A renda média do setor caiu R$ 239,00 queda real de -6,3%.

No emprego privado, o crescimento daqueles gerados pelo setor primário (4 mil), nos serviços privados (4 mil) e na construção (mil) não fora o suficiente para a drástica redução no setor industrial (11 mil vagas) juntamente com a queda no comércio (2 mil vagas). Portanto, no total, o setor privado perdeu mais de 3 mil vagas. O saldo total positivo dos empregos no período, foi compensado pelas contratações dos serviços públicos (federal, estadual e/ou municipal) que criaram 16 mil vagas a mais.

A renda média total aumentou R$ 112,00, aumento real de 5,2%. Destaque para o crescimento dos salários pagos na indústria (52%), na agropecuária (23,4%) e no comércio (15,3%). No restante dos setores tivemos queda real no rendimentos dos trabalhadores.

Foram 04 anos atípicos, fortemente impactados pela crise sanitária, principalmente em 2020 e 2021. Os serviços públicos tiveram que contratar, principalmente na área da saúde. Muitas atividades privadas sofreram impactos devido as necessidades do isolamento social. Mas a fome voltou, o desalento ainda é alto, muitos acreanos estão desempregados e muitos daqueles com idade para trabalhar, estão fora do mercado.

Que nos próximos 04 anos uma das metas dos governos seja de recuperar o mercado de trabalho, incentivando a iniciativa privada que perdeu espaço nos últimos 4 anos. Uma forte política social de combate a fome também deverá ser implementada para melhorar o bem-estar da população acreana, principalmente a fome.

Orlando Sabino

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