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Campanha ‘Amigos dos Livros’ leva mais de mil livros a presídio de Cruzeiro do Sul

O programa, além de cumprir com sua missão humanitária, está em consonância com uma legislação nacional que propicia um processo de remissão de pena.

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Redação Juruá Online

A leitura, conhecida por abrir caminhos e horizontes, lamentavelmente está sendo negligenciada na era moderna. Contudo, a importância de ler livros para a formação do ser humano permanece inabalada. Neste contexto, na manhã desta quarta-feira, 22, ocorre mais uma edição da campanha “Amigos dos Livros” em Cruzeiro do Sul, que visa resgatar e valorizar o hábito da leitura.

Desta vez, a iniciativa está beneficiando o Presídio Manoel Nery com a doação de 1.628 livros. Na primeira edição da campanha, mais de 900 livros foram arrecadados e destinados ao Instituto Socioeducativo. Essa ação proporcionou oportunidades para que jovens se desenvolvessem e recebessem informações externas, contribuindo para a formação integral desses indivíduos.

No ano de 2023, foi lançada a segunda edição da campanha “Amigos dos Livros”, pelo Grupo de Apoio ao Serviço Humanitário (GASH). Maria de Lurdes Lima, primeira-dama de Cruzeiro do Sul e coordenadora da campanha, destaca o engajamento significativo desde o início da campanha. “Cada dia chegava mais pessoas a contribuir”, afirma Lurdes, ressaltando o poder transformador da sociedade quando se une em prol da leitura.

A primeira-dama enfatiza que os livros representam uma grande oportunidade para os encarcerados, que muitas vezes encontram esperança dentro das quatro paredes nas páginas. Os exemplares doados foram destinados ao programa de extensão da Universidade Federal do Acre, Cruzeiro do Sul, denominado “Presídios Leitores”. A iniciativa é organizada pela professora Maria José, que acredita no potencial educativo e humanizador da leitura, mesmo em contextos desafiadores.

A professora do IFAC, Daniela Almeida, está na representação do programa “Presídios Leitores”. Ela compartilha que o objetivo fundamental do programa é levar a prática da leitura às pessoas privadas de liberdade. O programa, além de cumprir com sua missão humanitária, está em consonância com uma legislação nacional que propicia um processo de remissão de pena.

No âmbito do programa, a dinâmica é clara: a cada livro lido, os apenados devem produzir um relatório, encaminhado ao grupo de avaliadores dos “Presídios Leitores”, e posteriormente enviado ao juiz responsável pela jurisdição. O magistrado decide se o apenado reúne as condições para encurtar sua pena, concedendo, a cada livro lido, a remissão de 4 dias de pena.

É importante destacar que qualquer pessoa interessada pode contribuir para essa nobre causa, doando livros. Os pontos de coleta incluem a Secretaria de Educação, a UFAC e o IFAC, sendo este último no prédio da pós-graduação da UFAC. Os livros doados são recebidos, catalogados e, em seguida, enviados para as bibliotecas dos presídios, promovendo assim o acesso à leitura em ambientes onde essa prática muitas vezes é escassa.

Por Giovanna Paixão

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