O caçador Josielson Silva do Nascimento, 25 anos, que ficou uma semana, perdido na floresta da comunidade São Salvador, no município de Mâncio Lima, interior do Acre, afirma ter visto e ouvido seres encantados da mata durante esse tempo. Ele se perdeu no dia 17 e foi encontrado no último dia 23 de janeiro por moradores e homens do Corpo de Bombeiros.
O grupo encontrou Josielson após uma longa caminhada de 12 quilômetros e mesmo ele estando debilitado, não precisou de cuidados médicos, sendo levado para a casa dos pais dele.
Ele afirmou ao grupo e à família ter sido acompanhado por duas entidades encantadas: o Caboclo da Mata e o Curupira, figuras folclóricas da Amazônia. Josielson relatou que o Caboclo da Mata o guiou, enquanto o Curupira zombava dele, dizendo que o caçador morreria de frio e fome. Ao mesmo tempo, em que o desorientava, as vozes desses seres o mantinham em movimento para tentar sair da floresta.
- “Ele estava psicologicamente abalado, ouvindo vozes, o que comprometeu sua orientação. Esse tipo de relato não é incomum em situações de extremo estresse”, explicou o comandante do Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul, capitão Josadac Ibernom, relatando ainda que o jovem se alimentou de frutos encontrados na mata e manteve uma fogueira acesa por algumas noites.
O jovem havia saído do Ramal do Vinte em direção à comunidade São Salvador, na Serra do Moa, levando apenas uma lanterna e uma espingarda. Teria se perdido ao seguir uma orientação confusa dada por outros caçadores que encontrou no caminho.
Histórias são recorrentes na Amazônia
As histórias envolvendo seres considerados folclóricos são recorrentes na Amazônia. Com pegadas contrárias, batidas assustadoras e outros “truques“, seriam protetores da floresta, onde vivem encantados, contra a caça aos animais e danos às matas.
Desde o dia 3 de agosto de 2019, Reginaldo Souza Nunes, que na época tinha de 17 anos, está desaparecido da localidade Pimenta, em Porto Walter. A família do jovem acredita que ele foi levado por um ser encantado da floresta e chegou a pedir ajuda a um rezador. O curandeiro, que não teve o nome revelado, garantiu à época que o jovem estava vivo e deveria aparecer em dois dias, só que, correndo, assustado ou feroz como um animal.
O irmão do desaparecido, José de Souza, diz que Roginaldo conhece muito bem a área, que é de capoeira, e não de mata bruta. Ele acredita que o rapaz tenha sido levado por um ser encantado da floresta. “É tudo misterioso. Vimos rastros dele, mas em um determinado ponto, as pegadas somem. A mata bruta fica a uns 200 metros e as pegadas não vão até lá. A gente dá tiro pra cima, chama pelo nome, os cachorros farejam e nada. Ele sumiu. O rezador disse que se ele aparecer como um animal ou algo assim, é pra gente manter ele amarrado até que se acalme”, citou o irmão, que não suspeita que Reginaldo tenha sofrido algum tipo de violência.
Mais de 40 pessoas, incluindo família e vizinhos, estiverem na localidade em busca de Roginaldo. O rapaz estava com o pai perto de uma casa de farinha e foi buscar lenha, quando, na volta, optou por fazer um caminho diferente do genitor e não foi mais visto.
O policial civil, Da Cruz, que responde pela delegacia de Porto Walter, contou que foi ao local duas vezes e confirma que em determinado ponto da mata, os vestígios de Roginaldo desaparecem. Cita que os vizinhos descartaram hipótese de que o rapaz temia algum castigo por parte dos pais. Relatou que a mãe de Reginaldo contou que na noite anterior ao sumiço, ele dormiu mal e andou muito pela casa.
- “Os vizinhos citam o bom relacionamento da família. A mãe observou um comportamento inquieto na noite anterior, mas não fala em problemas que ele estivesse enfrentando. Por enquanto, não temos pistas que esclareçam o desaparecimento do rapaz”, disse o policial.
Reginaldo nunca voltou para casa e nem foi encontrado. No ano passado, em Porto Walter, outro homem sumiu na floresta e também não foi achado até agora.
Com informações: AC24Horas