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BR-317 que liga AC ao AM está bloqueada a mais de uma semana

A referida rodovia desempenha um papel crucial como principal rota de acesso para o fornecimento de alimentos, combustíveis e atendimento médico altamente especializado à comunidade indígena Aripuanã, localizada no km 45 da BR.

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A BR-317, importante via que conecta os estados do Amazonas e Acre, encontra-se interditada há mais de uma semana devido a um bloqueio promovido por moradores locais, incluindo membros de comunidades indígenas. Os impactos dessa interdição já são visíveis em Boca do Acre (AM), onde longas filas têm se formado em postos de combustíveis e supermercados devido à escassez de abastecimento.

A referida rodovia desempenha um papel crucial como principal rota de acesso para o fornecimento de alimentos, combustíveis e atendimento médico altamente especializado à comunidade indígena Aripuanã, localizada no km 45 da BR.

Liderado pelos indígenas da etnia Aripuanã, o bloqueio teve início em 29 de maio e, nesta terça-feira (6), alcança seu nono dia de duração.

Durante contato telefônico, a equipe de reportagem obteve depoimentos de proprietários de supermercados e postos de combustíveis, que revelaram os impactos da interdição nas operações de abastecimento.

Francisco Brasil, dono de um supermercado situado no bairro Piquiar, em Boca do Acre, compartilhou as dificuldades enfrentadas para reabastecer seus estoques e destacou uma diminuição no fluxo de clientes. Segundo ele, a manifestação teve um impacto direto em seu negócio, já que muitos residentes do Acre utilizam a rodovia para chegar até seu estabelecimento. Com a paralisação, a frequência de clientes diminuiu consideravelmente, e a chegada dos caminhões de reposição de estoque foi interrompida. O comerciante lamentou a situação, afirmando que isso afeta todo o planejamento de sua operação.

Tenison Santos, proprietário de uma rede de postos de combustíveis, relatou que apenas uma unidade possui gasolina disponível. Ele possui três postos, sendo que dois deles já estão completamente esgotados. O posto restante, localizado no km 2 da BR-317, ainda conta com aproximadamente oito mil litros de gasolina. Tenison descreveu um cenário apocalíptico, no qual as pessoas estão começando a estocar combustível. Ele enfatizou a gravidade da situação, destacando a escassez de combustível como um problema preocupante.

Bloqueio

Um dos líderes do movimento, Ribeiraldo Apurinã, revelou que a principal reivindicação do grupo é o asfaltamento do trecho interditado da BR-317. Segundo o líder indígena, a precariedade da rodovia tem resultado na perda de vidas de indígenas.

“Nesses últimos dias, perdemos alguns idosos, crianças e mulheres da nossa comunidade devido às péssimas condições da estrada. Nosso povo precisa de atendimento médico, mas não conseguimos nos locomover adequadamente. Fechar a estrada foi a nossa única alternativa”, declarou.

O líder informou que uma audiência pública entre as comunidades e as autoridades está marcada para ocorrer na terça-feira (13).

Posição do Dnit

Em comunicado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit-AM) afirmou que aguarda a liberação de uma licença ambiental do Ibama para dar início ao asfaltamento do trecho.

Conforme o órgão, nesta terça-feira, a Polícia Rodoviária Federal do Acre (PRF-AC) reuniu-se com os manifestantes para discutir a realização das obras na rodovia.

Trecho continua interditado

Também em nota, a PRF-AC confirmou que a rodovia permanece interditada pelos moradores, permitindo apenas a passagem de alguns veículos conforme a decisão dos manifestantes.

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