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Artistas indígenas do Acre se destacam na 60ª Bienal de Veneza com mural de 750 metros

Os indígenas pintaram um mural de 750 metros na fachada do Pavilhão Central, inserindo sua arte no contexto dessa renomada exposição na Itália.

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Com o tema “Stranieri Ovunque – Foreigners Everywhere” (Estrangeiros em Toda Parte), a 60ª Bienal de Veneza, iniciada no último sábado, 20, e com encerramento previsto para quarta-feira (24), recebeu uma impressionante contribuição do Movimento dos Artistas Huni Kuin (Mahku), da região do Alto Rio Juruá. Durante o evento, os indígenas pintaram um mural de 750 metros na fachada do Pavilhão Central, inserindo sua arte no contexto dessa renomada exposição na Itália.

A participação dos artistas Huni Kuin, na Bienal de Veneza destaca-se em meio a mais de 300 obras de artistas de várias partes do mundo. O mural elaborado pelo grupo retrata o mito de Kapewe Pukeni, conhecido como jacaré-ponte, uma narrativa que aborda a separação intercontinental entre os povos e a consolidação da identidade Huni Kuin.

MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin – instagram
MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin – instagram

Durante dois meses, o grupo de artistas, liderado por Ibã Huni Kuin e composto por talentos como Kássia Borges, Acelino Tuin, Cleiber Bane, Pedro Maná, Yaka Huni Kuin, Rita Huni Kuin, Cleudo Txana Tuin, Isaka Huni Kuin, Acelino Tuin e Cleiber Bane, dedicou-se à pintura do painel na cidade italiana. A presença da arte indígena na Bienal de Veneza marca um momento histórico, especialmente com a curadoria de Adriano Pedrosa, diretor do Museu de Arte de São Paulo, que selecionou migrantes, expatriados, homossexuais e indígenas como protagonistas da exposição, destacando suas narrativas únicas e suas perspectivas singulares no contexto artístico global.

A Bienal de Veneza, um evento renomado na cidade italiana de Veneza, destaca a criatividade artística de todo o mundo a cada dois anos. Com diversas formas de arte contemporânea, como pintura, escultura e performance, a Bienal promove a diversidade cultural. Cada edição possui um tema único, e os países participantes exibem obras relacionadas a ele. Além das exposições nos pavilhões nacionais, a Bienal oferece palestras, debates e performances ao vivo. A presença de artistas indígenas, como os do Movimento dos Artistas Huni Kuin (Mahku), reflete o reconhecimento crescente da importância das vozes culturais diversas na cena artística global.

MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin – instagram
MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin – instagram
MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin – instagram

O MAHKU, criado em 2013, é formado por artistas Huni Kuin como Ibã, Bane, Mana, Acelino e Kássia Borges. Eles exibiram suas obras em galerias internacionais como Piero Atchugarry Gallery, SBC Galerie d’Art Contemporain e na Galeria de Arte da Universidade Federal do Amazonas. Além disso, participaram de exposições coletivas em renomados espaços como MASP, MAM-SP e Instituto Moreira Salles. Suas criações estão em coleções de instituições prestigiadas como MASP, MAR e Fundação Cartier pour L’art contemporain.

Os artistas indígenas frequentemente tratados como estrangeiros em sua própria terra. O Brasil é representado no Pavilhão Central com o coletivo Mahku, simbolizando os artistas indígenas de forma emblemática. A Exposição Internacional oferece uma oportunidade única para celebrar a diversidade cultural e artística, convidando o público a explorar e se inspirar.

MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin – instagram

Por Letícia Vale 

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