Aos 54 anos de idade, encontra-se preso Osmir Lima D’Albuquerque, natural do Vale do Juruá, membro de uma família acreana tradicional. Em tempos passados, Osmir convivia em círculos de artistas nacionais e internacionais, mas hoje, a realidade é outra. Desde julho de 2013, ele cumpre pena por crimes de estupro e pedofilia, tendo recebido uma condenação de 54 anos que, posteriormente, foi reduzida para 42 anos pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJAC).
Osmir é detentor de um passado glamouroso, mas atualmente se dedica a cultivar uma horta que fornece legumes e hortaliças para a cozinha do presídio estadual UP-4 em Rio Branco, conhecido como “Papudinha”. Este presídio se encontra na área de um belo Parque, onde está localizado o “Lago do Amor”, nomeado pelo Governo.
Osmir, também conhecido como Neto, é acusado de estupro de vulnerável e aliciamento de menores, tendo 19 vítimas registradas. Anteriormente, ele foi acusado em mais de 40 casos, porém, a sentença dada pelo juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude do Acre, Romário Divino, em dezembro de 2013, limitou-se a 19 casos. Caso a acusação seja verdadeira, Osmir é considerado um dos maiores estupradores do Brasil e do mundo.
Neto nega todas as acusações de estupro e pedofilia. Em sua defesa, afirma que todas as relações foram consensuais, embora algumas de suas parceiras fossem menores de idade. Em entrevistas e cartas aos amigos, ele alega que algumas das parceiras estavam interessadas em fama e dinheiro e que viam nele uma oportunidade para alcançar o sucesso. Essa é a mesma linha de argumentação utilizada por seu advogado, Jerônimo Lima, que também é seu primo.
O envolvimento de Neto com a polícia começou quando ele se tornou dono da agência de modelos Órion, que operava em Rio Branco, no Centro Empresarial da capital do Acre. Em 3 de junho de 2013, ele foi preso durante a “Operação Glamour”, deflagrada pela Polícia Civil. A prisão ocorreu após a identificação de 19 vítimas em Rio Branco e em outras cidades do estado, como Acrelândia, Cruzeiro do Sul e Sena Madureira. Segundo a polícia, Neto utilizava a agência para enganar meninas que sonhavam em ser modelos. Inicialmente, a polícia havia identificado 38 possíveis vítimas, mas Neto acabou sendo indiciado por apenas 19 casos.
A condenação de Neto foi reduzida em 12 anos, devido à diminuição do número de casos inicialmente apontados e ao fato de algumas das vítimas não serem menores de idade. Atualmente, ele está cumprindo uma pena de dez anos e pode progredir para um regime menos gravoso devido ao seu bom comportamento.
Embora tenha sido um cantor e compositor de sucesso na década de 1980, tendo inclusive tido uma de suas músicas gravadas pela Rede Globo em 1987, Neto agora cuida de uma horta na prisão conhecida como “Papudinha”. É um destino irônico para um homem que já viveu o glamour do meio artístico nacional e internacional.
Por isso, na campanha vários cantores populares em evidência no país, como Tim Maia, Emílio Santiago, Elza Soares, Erasmo Carlos e outros, entre falecidos e os que continuam nos palcos da vida, emprestam suas vozes para cantar juntos com o acreano Osmir Neto.
A música cantada no videoclipe entre artistas famosos diz, entre outros versos, que o artista sabe “que tudo tem seu fim/ e eu espero agora saber a própria hora/ Viver é lindo e quero mais./ Reflete a esperança/ que traz amor com paz”.
E prossegue: “Dá-me a mão, nosso pai!/ Quero viver outra vez! De tudo o que aprendi/ são momentos lindos/ que me lembro aqui/ Então, viver é ser feliz/ o tempo corre a fora/ e eu te chamo aqui/ (yeah,yeah)”.
Nada mais verdadeiro que uma canção em que o autor diz querer viver outra vez, principalmente quando este artista está preso e condenado a uma longa pena. Afinal, como diz sua canção, viver é ser feliz.
Com informações Contilnet
