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Após decreto de emergência, Saúde vai pedir que vacinação contra a dengue comece pelo Acre

Declaração foi dada nesta segunda-feira (8) pelo secretário de Saúde, Pedro Pascoal.

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Após decretar situação de emergência por conta do aumento de 106,6% dos casos de dengue, o secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, disse que vai solicitar que a campanha de imunização contra a doença comece pelo estado. A declaração foi dada à Rede Amazônica Acre nesta segunda-feira

Em dezembro, o Ministério da Saúde decidiu incorporar a vacina da dengue Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS). A ministra Nísia Trindade anunciou que a vacinação com o novo imunizante deve começar em fevereiro de 2024.

O registro da Qdenga (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano.

“Minha vontade é de que essa campanha seja iniciada pelo Acre, assim como foi feita da Covid com a bivalente no início do ano anterior. O público-alvo é de 4 a 60 anos, não há uma exigência de ter tido contato com a dengue anteriormente, diferente de outra vacina que se encontra disponível na rede privada, duas doses com intervalo de 90 dias e acreditamos que estará disponível pra gente o mais rápido possível”, explicou Pascoal.

Falta de exames

O secretário foi questionado ainda durante entrevista no Jornal do Acre 1ª Edição sobre a possível falta de exames para a dengue na rede pública de saúde. Segundo ele, houve a falta de kits durante um curto período, mas que o problema já foi resolvido com reforço no estoque.

Segundo ele, as equipes de saúde contam, inclusive, com kits de exames para doença Mayaro e a febre Oropouche.

“Reforçamos nosso laboratório, pedimos um levantamento do que tínhamos de kits, a sorologia da dengue, da Chikungya, tudo está sendo ofertado, inclusive de Mayaro e Oropouche estão disponíveis em nossa rede. Tivemos um desabastecimento rápido dos kits para Covid, mas já foi sanada essa questão e os exames estão disponíveis. Sei que é uma preocupação a mais para a população, mas a covid, após a vacinação, é só mais uma gripe, então, não tem porque ter essa preocupação”, disse.

O secretário orientou a população com sintomas leves das doenças podem buscar atendimento nas Unidades de Referência em Atenção Primária (Urap). Já os casos graves devem ser atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e no pronto-socorro.

“Se os sintomas são mais leves, uma febre, dor no corpo, dá para procurar atendimento tanto no postinho de saúde como na Urap. Paciente está mais prostrado, diarreia mais volumosa, está desidratando, não consegue fazer mais nenhuma atividade, deve busca as UPAs. Vamos deixar o pronto-socorro para casos bem mais graves com sangramento”, aconselhou.

Decreto emergência

O governo decretou situação de emergência no Acre por conta do aumento de 106,6% dos casos de dengue. O decreto foi publicado em uma edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) nessa sexta-feira (5) e é válido por 90 dias.

Dores de cabeça, no corpo, mal-estar. Esses sintomas estão entre os que costumam ser associados de imediato à dengue. Porém, a doença não se resume a essas manifestações, já que pode se apresentar em formas mais graves. A reportagem conversou com a infectologista Cirley Lobato para saber os sintomas da doença e os remédios recomendados a tomar. (Veja abaixo).

Conforme dados do Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), entre janeiro e início de dezembro de 2023 foram notificados 5.445 casos de dengue no estado acreano. Destes, 3.755 deram positivos.

No mesmo período de 2022, as notificações de casos prováveis da doença totalizavam 2.635, uma variação de 106,%6 entre os períodos avaliados.

O levantamento mostra ainda que as notificações dos casos começaram entre 1º e 7 de outubro. O pico dos casos ocorreu entre 26 de novembro e 2 de dezembro quando foram registrados 575 casos prováveis da doença.

Somente a capital Rio Branco confirmou 779 casos da doença em 2023. Nenhum óbito causado pela doença foi registrado. Na primeira semana de 2024, são atendidos, em média, 400 casos por dia de suspeita de dengue nas unidades de referência.

O decreto governamental destaca também um aumento nas síndromes febris ocasionadas pelas arboviroses urbanas, que são dengue, Zika e Chikungunya.

Chikungunya

Sobre os casos de Chikungunya, o levantamento do Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial da Sesacre mostra que foram notificados 52 casos prováveis da doença em 15 estados do Acre em 2023. O mês com maior número de notificações foi abril, com 12 casos.

A capital Rio Branco foi responsável por 27 casos prováveis do total registrado.

Zika Vírus

Entre janeiro e início de dezembro de 2023, foram registrados 113 casos prováveis de Zika Vírus, sendo que 79 deram positivos. Dois desses casos positivos foram detectados em grávidas.

Março foi o mês de em que houve o maior número de casos prováveis, 31 no total.

Infecções por Oropouche e Mayaro

O Acre chegou a 60 casos confirmados de infecções por Oropouche e Mayaro, detectados em dez municípios no último mês de 2023. Os dados foram repassados pela Sesacre e correspondem ao período de até 21 de dezembro.

Com isso, o Acre registrou um aumento em relação ao primeiro balanço divulgado pela Sesacre em novembro do ano passado. Até então, eram seis cidades com casos confirmados, com 48 registros ao todo.

Sintomas de dengue — Foto: Arte g1

Sintomas de dengue — Foto: Arte g1

Os dois vírus causam sintomas parecidos com os da dengue, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti. O Mayaro, inclusive, é chamado de “primo” da Chikungunya.

Os primeiros registros das infecções ocorreram em abril deste ano.

Por G1 Acre

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