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Análise: Principal desafio na Síria é coesão de grupos | CNN Brasil

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Após a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria, o país enfrenta novos desafios para estabelecer a estabilidade política e social prometida pelos rebeldes que assumiram o poder.

A analista de internacional Fernanda Magnotta avaliou a situação atual e as perspectivas para o futuro do país durante o CNN 360° desta quarta-feira (11).

Segundo Magnotta, o principal obstáculo neste momento é estabelecer uma coesão mínima entre os diversos grupos que participaram da derrubada do regime.

“Estamos falando de mais de uma dezena de grupos diferentes que, em alguns casos, têm controle territorial sobre diferentes áreas da Síria e que agora vão precisar barganhar, negociar para encontrar uma liderança comum”, explica a analista.

Polarização entre grupos rebeldes

A especialista identifica uma polarização principalmente em torno de dois agrupamentos principais. De um lado, o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), apoiado pela Turquia e com forte presença no noroeste da Síria. Do outro, as Forças Democráticas Sírias (SDF), compostas na maioria por curdos e com controle sobre áreas no norte do país.

“Nesse momento, a gente está começando a ver um ascender sobre o outro e eles disputarem essa liderança”, afirma Magnotta. Ela ressalta que dessa tensão entre os grupos sairão as pistas para o futuro da Síria.

Apesar dos desafios, os líderes rebeldes têm adotado um discurso de moderação em suas primeiras manifestações públicas. Eles falam em reconstrução e busca pela paz, tentando se distanciar tanto do legado de violência do regime de Assad quanto das origens de alguns grupos ligados a organizações extremistas.

Incertezas sobre o futuro

A analista alerta que mesmo os mais otimistas têm sido cautelosos em garantir que a Síria mergulhará em um período de estabilidade. O país, exausto após anos de guerra civil, enfrenta agora o desafio de conciliar interesses divergentes e estabelecer uma nova estrutura de poder.

A decisão anunciada pelo comandante rebelde Abu Mohammed al-Jolani de não perdoar quem participou de torturas durante o regime de Assad adiciona mais um elemento de tensão ao cenário pós-conflito. A transição de poder e a busca por justiça deverão ser equilibradas com a necessidade de pacificação e reconstrução do país.

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