Um agente de saúde de 67 anos está desaparecido há mais de um mês em Mongaguá, no litoral de São Paulo. Ele foi visto pela última vez na residência onde morava e, no dia seguinte ao desaparecimento, os filhos encontraram outra pessoa morando no local. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
Livia Abreu, filha de David Soares de Abreu, contou que a última vez que teve contato com o pai foi no dia 19 de março, por telefone. No mesmo dia, à noite, o irmão dela esteve na casa do pai, que fica no bairro Jardim Praia Grande, e os dois conversaram por algumas horas.
Segundo Livia, a conversa foi, em grande parte, sobre o interesse do pai em vender o imóvel, onde morava há sete anos. Ele contou ao filho que tinha o desejo de ir morar em São Paulo, perto do restante da família, mas que ainda não havia encontrado um comprador que pagasse a quantia que ele pedia pela casa.
No dia seguinte, nenhum dos filhos conseguiu contato com David e, dois dias depois, outro parente decidiu ir à residência dele para checar se estava tudo bem com o idoso. “Como ele teve um AVC, ficamos com medo que pudesse ter tido outro acidente e estivesse precisando de ajuda”, explica a filha.
Porém, no local, o parente encontrou outra pessoa morando na residência. “Os móveis dele estavam lá, sendo jogados no lixo. Os óculos que ele sempre usava, inclusive, também foram jogados fora”, contou a filha. O idoso não foi encontrado e o celular dele estava desligado.
David Soares de Abreu, de 67 anos, está desaparecido há um mês — Foto: Arquivo pessoal/Livia Abreu
A nova moradora contou aos familiares de David que comprou o imóvel dele, pela metade do valor que o idoso afirmou ao filho que estava vendendo. A transação foi confirmada pelos familiares no cartório, mas eles estranharam a data. “Ela dizia que foi vendida no dia 19. Neste dia, ele nos falou que ainda não tinha encontrado ninguém para comprar”, contou a filha.
Livia diz que já procurou o pai nas unidades de saúde da região, em delegacias e até no Instituto Médico Legal (IML). No entanto, não conseguiu nenhuma pista que indicasse o paradeiro do pai. “Essa história está muito estranha, ele nunca desapareceu antes”, diz.
Desde então, ela tem compartilhado as fotos do pai nas redes sociais e tentado encontrar informações que possam ajudá-los a localizá-lo.
“Você tá vivo? Aparece. Não sabemos se teve um mal súbito, se teve um colapso de memória, se te fizeram mal. A única coisa que temos é dúvidas e incertezas. Estamos confusos, sem saber no que acreditar”, desabafa a filha.
Um boletim de ocorrência de desaparecimento também foi registrado na Delegacia Eletrônica de São Paulo.
Via-G1