Dentre os mais de 300 brasileiros que estão representando o país nas Olimpíadas de Tóquio, nenhum é oriundo da região Norte. Quem aponta este dado é o Projeto “Quem são os atletas do Brasil na Olimpíada”. Além do Acre, a lista de estados sem representatividade prossegue com Amapá, Tocantins, Rondônia e Amazonas, todos também do Norte.
Outro dado que se destaca são os cinco estados que mais possuem representantes. Além de São Paulo, que enviou mais de um terço dos atletas, ou seja, mais de 100 atletas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná também chamam atenção e se destacam no top 5.
Vale ressaltar que as Olimpíadas de Tóquio foram consideradas como as “olimpíadas da diversidade”. No entanto, de acordo com o Museu do Isolamento, ainda existem muitas barreiras a serem quebradas para que os 26 estados e o Distrito Federal levem atletas das mais variadas regiões e culturas para as próximas competições olímpicas. “O esporte no Brasil ainda precisa minimizar as barreiras que impedem com que atletas de outras localidades tenham acesso ao investimento e capacitação necessários”, complementa.
ACRE NAS OLIMPÍADAS
O último envio de atletas acreanos para as Olimpíadas aconteceu na edição Rio 2016, com Weverton como goleiro, que na época foi convocado de última hora em decorrência da lesão no cotovelo sofrida pelo titular Fernando Prass. Na ocasião, o futebol masculino ganhou medalha de ouro, com o acreano também premiado que defendeu o último pênalti contra a Alemanha e ainda estampou a bandeira acreana durante a festa da vitória no campo.
Antes de Weverton, apenas Carlão, acreano que foi técnico da seleção masculina de vôlei, conseguiu lograr êxito nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, com a medalha de ouro conquistada pela equipe após a partida final de 3 sets a zero contra a Holanda. Ou seja, o Acre passou 24 anos consecutivos – o equivalente a cinco edições de olimpíadas – sem representatividade no esporte olímpico desde a primeira aparição, e quando conseguiu, foi apenas em modalidade disputada em equipe novamente. Até hoje, nenhum atleta do Acre chegou a competir em esportes individuais.
POR RENATO MENEZES