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A Presidência da Câmara de Rio Branco: A quem serve o poder legislativo?

A relação entre esses vereadores e a prefeitura tende a ser marcada por trocas de favores, com indicações para cargos e benefícios pessoais, em detrimento do interesse coletivo.

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As discussões sobre quem deve assumir a presidência da Câmara Municipal de Rio Branco em 2025 já estão em pauta. Para quem acompanha o cenário político, é evidente que, historicamente, as indicações para a presidência desse importante órgão costumam depender da bênção do prefeito. Contudo, essa prática levanta uma questão central: até que ponto isso é saudável para o equilíbrio entre os poderes e para os interesses do cidadão?

É inaceitável que se imponha, de forma autoritária, um presidente submisso ao chefe do executivo. A Câmara Municipal é um poder independente, que deve agir com responsabilidade e isonomia, e não como uma extensão da prefeitura. Transformar a presidência da Câmara em um “puxadinho” do prefeito compromete a democracia e os princípios que regem a administração pública.

O atual prefeito, Tião Bocalom, possui ambições políticas que extrapolam o cargo que ocupa hoje. Com seu futuro político em aberto e um declarado desejo de disputar o governo do estado, é plausível que ele esteja manobrando para deixar aliados estratégicos em posições de comando. Um presidente da Câmara subserviente ao prefeito representa um risco claro para a autonomia do Legislativo e para os interesses do povo de Rio Branco.

Se um vereador indicado por Bocalom vencer a disputa pela presidência, os eleitores devem observar atentamente os parlamentares que apoiaram essa escolha. A relação entre esses vereadores e a prefeitura tende a ser marcada por trocas de favores, com indicações para cargos e benefícios pessoais, em detrimento do interesse coletivo.

É preciso romper com a lógica de subordinação entre os poderes e fortalecer a independência da Câmara. Os vereadores eleitos devem lembrar que seu compromisso é com o povo, não com o prefeito ou suas ambições políticas. Rio Branco merece uma gestão transparente, equilibrada e focada no bem-estar de seus cidadãos. Não há espaço para conivência ou omissão.

Willamis Franca, Jornalista do Juruá Online

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