Durante uma tarde de pescaria, no feriado de 7 de setembro, um homem, de 57 anos, morreu após ser eletrocutado por um “peixe elétrico” da espécie pôraque. O acidente aconteceu às margens do Rio Andirá, localizado em trecho da BR-364, no município do Bujari.
O caso foi divulgado por meio de um vídeo gravado pelos amigos de pescaria, que lamentaram o caso. “Estávamos pescando e o poraquê matou nosso amigo… na beira do rio… Como é que pode?”, lamenta um dos homens que gravou o vídeo que circulou nas redes sociais.
Edilson Rufino era pedreiro e seu corpo foi levado para o Instituto Médico Legal no mesmo dia. O poraquê, também conhecido como enguia ou peixe-elétrico, de nome científico Electrophorus electricus, pode chegar a dois metros de comprimento. O biólogo e consultor ambiental Rodrigo Gomes explica que peixes como o poraquê não atacam humanos e que uma soma de fatores devem ter ocasionado nesta fatalidade.
O período de seca acaba colaborando para o contato com essas espécies e ampliando o efeito das descargas elétricas.“No período de secas, os ambientes que eles podem ocupar já é reduzido, e as águas apresentam maiores concentrações de íons. Então, a água, que já é um condutor elétrico, acaba se tornando um condutor ainda mais efetivo nessa época”, explica o biólogo.
Rodrigo comenta também que existem duas espécies do poraquê e que, normalmente, a descarga elétrica não é fatal, apesar de apresentar alta voltagem, podendo chegar a até 800 volts. “O poraquê não ataca seres humanos porque o homem não é presa, então a gente considera um acidente. O chamado ‘choque’ é um processo químico que, provavelmente, ele fez por defesa. Naturalmente, a descarga elétrica é uma forma dele se alimentar, ele solta a descarga, atordoa os peixes e se alimenta”, explica.
Outros fatores que também podem ter contribuído para a morte do pedreiro, supõe Rodrigo, são predisposições físicas, como problemas do coração e a forma como o acidente pode ter acontecido. Às vezes, a vítima pode ter uma convulsão ou se afogar, após o choque, e os atendimentos imediatos, após o acidente, também são essenciais para evitar fatalidades.
O profissional reforça que a população não precisa atacar nenhuma espécie, mas que é preciso cuidado ao realizar atividades em lugares como rios, açudes e igarapés. “Basta ter cuidado redobrado nesses ambientes, sempre bom não andar só em atividades na água. Não só pelo poraquê, mas por acidentes com arraias, por exemplo, além de ter a possibilidade cair em algum buraco, etc”, alerta.
Via – A Gazeta