O maior circo da Itália foi efetivamente fechado por determinação da Justiça sob a acusação de exploração de trabalhadores imigrantes sem documentos, mostraram uma ordem judicial e um comunicado da polícia nesta sexta-feira (6).
A unidade de proteção ao trabalho da polícia Carabinieri interditou o “Circo Madagascar”, seus equipamentos e 67 veículos, e bloqueou suas contas bancárias do proprietário na noite de quinta-feira (5) na cidade de Turim, no norte do país.
O circo e seu proprietário não responderam a um pedido de comentário.
No site oficial, o circo afirma ser o maior da Itália, oferecendo um espetáculo de duas horas com cerca de 100 animais e apresentações de acrobatas e equilibristas.
Os investigadores acusam a empresa de explorar quatro trabalhadores indianos sem documentos, “submetendo-os a condições humilhantes e degradantes de trabalho e moradia, aproveitando-se de seu estado de necessidade”, de acordo com a ordem judicial.
Eles foram forçados a viver em uma única caravana com outras 10 pessoas, com acesso a apenas um banheiro, tiveram de pagar entre 180 euros e 250 euros por semana para trabalhar os sete dias da semana por pelo menos 10 horas por dia e não receberam equipamentos de segurança, diz a ordem.
A investigação começou em abril de 2023, quando um dos funcionários indianos foi levado ao hospital em coma após um acidente de trabalho na cidade de Gênova, no noroeste do país, onde o circo estava na época.
Inicialmente, o circo disse que o homem havia caído de um caminhão, mas investigações posteriores descobriram que ele havia caído de uma altura de 18 a 20 metros enquanto desmontava uma grande tenda, segundo a ordem judicial e a declaração da polícia.
A vítima, que acabou saindo do coma e sobreviveu, confirmou essa versão dos fatos aos policiais.
A exploração do trabalho, especialmente de trabalhadores migrantes, é um problema em vários setores na Itália, com casos rotineiramente relatados em oficinas do setor de moda, restaurantes, agricultura, logística e canteiros de obras.