A tensão entre Coreia do Norte e Coreia do Sul se intensificou no último ano, com acusações de envio de drones e balões de lixo entre os países. Além disso, o governo de Kim Jong-un realiza testes de mísseis regularmente.
Veja abaixo por que há duas Coreias e relembre o conflito entre elas.
O Império do Japão anexou o Império da Coreia em agosto de 1910. Durante o domínio japonês, os recursos da região foram explorados e o uso da língua coreana foi banido, por exemplo, segundo o Instituto Nacional de História Coreana, uma agência governamental da Coreia do Sul.
Houve diversos levantes armados contra o domínio japonês, mas ele só terminou após a derrota do invasor na Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Com o fim do conflito global, Estados Unidos e União Soviética passaram a dividir o mundo entre zonas de influência, olhando também para a península coreana.
Em julho de 1945, durante a Conferência de Potsdam, foi assinado o acordo que definiu a linha imaginária do Paralelo 38 como a fronteira entre as duas nações, com o Sul capitalista apoiado pelos EUA e seus aliados ocidentais e o Norte comunista, próximo aos soviéticos.
Em agosto do mesmo ano, tropas americanas e soviéticas foram enviadas para o sul e norte para desarmar as tropas japonesas que permaneciam na Península Coreana.
Em 10 de maio de 1948, a primeira eleição geral foi realizada de forma democrática na Coreia do Sul sob a supervisão da ONU para eleger os 198 membros da Assembleia Nacional.
Em julho do mesmo ano, a Constituição foi promulgada e Syngman Rhee e Yi Si-yeong foram eleitos como o primeiro presidente e vice-presidente do país, respectivamente.
Em 15 de agosto de 1948, a República da Coreia foi formalmente estabelecida.
Em 9 de setembro do mesmo ano, a República Popular Democrática da Coreia foi proclamada um país comunista, e Kim Il-sung, que serviu como oficial do Exército Russo Soviético, foi empossado como presidente.
Guerra da Coreia
A tensão da guerra fria explodiu em junho de 1950, com o início da Guerra da Coreia. O conflito deixou mais de 2 milhões de mortos.
Vinte e duas nações contribuíram com tropas de combate ou unidades de apoio médico para o esforço liderado pelos Estados Unidos.
A Coreia do Norte teve o apoio da União Soviética e da China, com Pequim intervindo ativamente na frente militar em outubro de 1950, enviando quase 250 mil soldados para a Península Coreana.
Em 1951, o impasse surgiu ao longo do Paralelo 38, onde hoje fica a fronteira entre as duas Coreias.
As negociações de trégua começaram em 1951 e ocorreram intermitentemente até que um acordo final para encerrar o combate foi feito em Panmunjom, no Paralelo 38, em 27 de julho de 1953.
Em três dias, ambos os lados retiraram suas tropas que estavam a pelo menos dois quilômetros da linha de cessar-fogo.
Os signatários do acordo foram os chefes do Comando da ONU, do Exército norte-coreano e das tropas chinesas na Península Coreana. A Coreia do Sul não é signatária, e o acordo diz especificamente que não é um tratado de paz.
De acordo com o prefácio do cessar-fogo, ele foi feito “no interesse de parar o conflito coreano, com seu grande trabalho de sofrimento e derramamento de sangue de ambos os lados, e com o objetivo de estabelecer um armistício que assegure a cessação completa das hostilidades e de todos os atos de força armada na Coreia até que um acordo pacífico final seja alcançado”.