Redação Juruá Online
A equipe de reportagem da TV e Rádio Juruá embarcou em uma jornada até o município de Feijó, ao lado de militares do Batalhão de Infantaria de Selva (Bis), para acompanhar parte da Operação Acre. Esta operação, conduzida pelo Exército Brasileiro desde 22 de fevereiro, visa fornecer apoio civil em nove municípios e 43 comunidades indígenas, com destaque para Marechal Thaumaturgo e Feijó, incluindo as comunidades de Nova Floresta, Formoso e Califórnia.
Após uma longa viagem pela BR-364 até Feijó, nossa equipe testemunhou de perto o trabalho dos militares no contexto da Operação Acre.
O Major Diego Moura, piloto do helicóptero Pantera utilizado na operação, ressaltou a importância da aeronave para agilizar as entregas de suprimentos às comunidades: ” Estamos utilizando um helicóptero Pantera do 4º Batalhão de Aviação do Exército, o nosso trabalho na aeronave consiste em entregar as cestas básicas para as aldeias Formoso, Califórnia e Nova Floresta. Nestas comunidades, estamos distribuindo um grande volume de cestas básicas. Se optássemos por realizar as entregas por barco, levaríamos até 9 dias para chegar ao destino, enquanto de helicóptero, o tempo de ida e volta é de apenas 1h30min.”
O Comandante da operação, Capitão Macedo Brito, explicou que mais de 30 militares estão empenhados em Feijó, atuando nas aldeias afetadas pelas enchentes. Ele destacou o objetivo da missão: “Estamos participando da Operação Acre, com mais de 30 militares dedicados à região de Feijó. Nossa atuação abrange as aldeias de Nova Floresta, Formoso e Califórnia. Já completamos uma semana no município, com o objetivo de fornecer suprimentos de cestas básicas às famílias afetadas pelas enchentes.”
Nas aldeias visitadas, os militares distribuíram cestas básicas às famílias, incluindo na aldeia Nova Floresta, onde os indígenas estavam se alimentando de laranjas fornecidas pela FUNAI.
Eudo Shanenawa, coordenador regional Juruá da FUNAI, ressaltou a importância do trabalho conjunto entre instituições governamentais e o Exército Brasileiro para fornecer ajuda humanitária às comunidades indígenas afetadas pelas enchentes. “O trabalho da Funai é realizado em colaboração com outras instituições governamentais. Estamos envolvidos na distribuição de cestas desde o início das enchentes. Os povos indígenas são os mais impactados, pois residem às margens dos rios. Por isso, estamos empenhados nessa força-tarefa para fornecer alimentos, especialmente em comunidades que foram severamente afetadas, algumas chegando a “desaparecer” sob as águas. A Funai, em parceria com outros órgãos, busca oferecer apoio durante esse período de reconstrução. Além disso, gostaria de destacar o trabalho do Exército, que, em conjunto com a Funai e a Sesai, está distribuindo essas cestas na região do Alto Envira. Vale ressaltar que temos três pontos de distribuição ao longo do Rio Envira, em Feijó, onde as cestas estão sendo entregues nas aldeias Formoso, Califórnia e, por último, Nova Floresta. Para concluir, informo que com a chegada de mais de 1006 cestas, faremos a distribuição por barco até Marechal Thaumaturgo, que está sob jurisdição da Funai.”
O Comandante do 61ºBIS, Gustavo Mathias, destacou a amplitude da operação e o compromisso do Exército Brasileiro em auxiliar as populações afetadas: “É uma vertente da mão amiga do Exército Brasileiro, que é potencializada pelas diversas capacidades que o Exército possui, incluindo meios terrestres, aéreos, fluviais e pessoal. Portanto, aproveitamos essas capacidades para apoiar tanto a população acreana quanto os povos indígenas que foram afetados pelas cheias.”
O comandante explicou que mais de 33 mil pessoas foram atendidas pela Operação Acre, sendo que dessas, cerca de 4 mil são indígenas. Ao término da operação, espera-se que esse número de indígenas atendidos praticamente dobre, chegando a aproximadamente 8 mil. A operação abrangeu 9 municípios, com a distribuição de cerca de 129 mil litros de água e quase 12 mil cestas básicas. No total, foram beneficiadas 642 famílias indígenas. Portanto, essa operação é de grande porte e requer uma logística bastante elaborada.
A Operação Acre, que iniciou em 22 de fevereiro, continua em andamento, reforçando a importância do Exército Brasileiro nas áreas mais remotas do estado.
