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5 motivos que devem piorar o PIB de 2022; ‘furo’ no teto de gastos e cenário externo emperram crescimento

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A tensão provocada pelo governo Jair Bolsonaro no mercado financeiro com a mudança na regra do teto de gastos deve minar ainda mais o já lento crescimento da economia brasileira.

Os investidores reagiram mal ao movimento do governo de alterar o principal pilar fiscal do país com a intenção de bancar o Auxílio Brasil em 2022, ano de eleição presidencial. No mercado financeiro, essa tensão ficou evidente. No acumulado da semana, o dólar subiu 3,22% enquanto a bolsa de valores recuou 7,28%.

“A gente tem um mercado perdido. Há uma incerteza grande em relação ao futuro da condução da política econômica”, diz Elisa Machado, economista da ARX Investimentos.

Na leitura dos analistas, a piora na atividade deve se refletir, sobretudo, no ano que vem. E o cenário já é bastante delicado. No relatório Focus, elaborado pelo Banco Central, as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 estão em queda desde julho – parte dos bancos e consultorias já projeta um crescimento abaixo de 1%.

O crescimento econômico do próximo ano será afetado por uma combinação bastante perversa e conhecida dos brasileiros: a piora fiscal aumenta a percepção de risco dos investidores sobre a economia brasileira e provoca uma desvalorização do real.

A perda de valor da moeda brasileira implica em mais inflação, e força o  Banco Central a aumentar a taxa básica de juros (Selic) para conter a alta de preços. Juros mais altos inibem os investimentos pela empresa e o consumo pelas famílias.

“Já estávamos bastante preocupados com o cenário do próximo ano e havíamos mudado semanas atrás a expectativa de crescimento de 2022 para baixo, em 0,4%. A conjunção inflação e juros junto com a crise política e fiscal dão o tom dessa piora”, afirma o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale.

“Por ora, mantemos a expectativa de 0,4%, mas é provável que o mercado faça novas revisões para pior no cenário de crescimento nas próximas semanas”, diz.

Via-G1

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